Prática Aterro Zero diminui o impacto ambiental de empreendimentos corporativos
O adequado gerenciamento de resíduos pode reduzir a menos de 10% o volume de lixo destinado a aterros sanitários.
- Abgail Cardoso
Reaproveitar e reciclar ao máximo os resíduos e reduzir ao mínimo o volume de lixo orgânico enviado para aterros sanitários são, em linhas gerais, os grandes objetivos do Aterro Zero. Esse conceito já vem desde os anos 1970 e nasceu com a Zero Waste International Alliance (ZWIA). Em resumo, a proposta visa a engajar cidadãos, comunidades, setores públicos e empresas em um esforço coletivo para minimizar desperdícios de recursos por meio da gestão adequada de resíduos.
Com a disseminação da agenda ESG (Environmental, Social e Governance), o conceito Aterro Zero encontra um ambiente favorável para conquistar adeptos em todas as instâncias. E as mudanças climáticas estão aí para comprovar a necessidade de juntar todas as forças em prol da sustentabilidade ambiental.
Como polos de concentração de pessoas e, portanto, grandes geradores de resíduos, os empreendimentos corporativos e logísticos são muito bem-vindos nessa causa. De acordo com Christiane Durante, da área de Gerenciamento de Propriedades da JLL e líder do Grupo Evolução Sustentabilidade, boa parte dos prédios já faz a separação convencional de materiais recicláveis, mas, sem dúvida, essa ação pode avançar e ganhar consistência.
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A operação que implanta um processo de gerenciamento de resíduos – e consegue comprovar, durante 12 meses seguidos, que faz tratamento, reciclagem, coprocessamento ou compostagem de 90% deles, destinando 10% ou menos ao aterro sanitário – pode requerer uma auditoria de certificação e, se aprovada, recebe o Selo Aterro Zero. No Brasil, a certificação é feita pelo Instituto Lixo Zero, que, no país, representa a ZWIA.
Implantação de benefícios
Em empreendimentos corporativos e logísticos, o primeiro passo no caminho do Aterro Zero é convencer o proprietário, já que será necessário destinar um orçamento para a elaboração de um plano de gerenciamento de resíduos e, depois, para o funcionamento dessa operação. “É necessário ter ainda a concordância das áreas privativas, que também poderão precisar fazer investimento na aquisição de coletores adequados e em ações de conscientização”, diz Bruno Lasevitch, conselheiro do Grupo Evolução Sustentabilidade da JLL.
Os benefícios do Aterro Zero são ambientais, sociais e econômicos. O reaproveitamento e a reciclagem de resíduos poupam recursos naturais, economizam energia e movimentam uma cadeia de negócios ligados à reciclagem.
Consultoria incentiva a prática Aterro Zero
Como signatária do Acordo de Paris, a JLL vem, globalmente, trabalhando para atender aos requisitos do ODS referente a espaço saudável e mudanças climáticas. A consultoria imobiliária sempre incentivou os empreendimentos que gerencia a fazer a reciclagem de resíduos e acredita que é hora de ir além.
Por esse motivo, a área de Gerenciamento de Propriedades da empresa tem buscado sensibilizar os proprietários dos empreendimentos para investir na estruturação de um processo robusto de gerenciamento de resíduos. Em 2023, foi criado um Guia de Implementação Aterro Zero, que explica esse conceito e seus benefícios.
A seguir, conheça as principais etapas da implantação:
- Sensibilização do proprietário, já que é necessário fazer um investimento inicial para a elaboração do plano de gerenciamento de resíduos sólidos (PGRS), treinamentos e conscientização.
- Contração de consultoria especializada para analisar o prédio e estruturar o PGRS.
- Sensibilização das empresas ocupantes, já que o engajamento de seus funcionários e das equipes de limpeza é crucial.
Saiba qual é o melhor destino para cada resíduo:
- Bitucas de cigarro são transformadas em celulose e viram matéria-prima para fabricação de blocos de papel.
- Lâmpadas fluorescentes são encaminhadas para descontaminação.
- Plásticos, papelões, papéis, metais, vidros e cápsulas de café seguem para recicladoras.
- Pilhas e baterias são encaminhadas para reciclagem.
- Sobras de alimentos e podas de jardim são destinados para compostagem ou coprocessamento.
- Somente o que realmente não tem outra opção melhor do ponto de vista ambiental é que pode seguir para aterros sanitários.
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