Reportagem

Edifícios corporativos de alto padrão atraem ocupantes mesmo fora dos eixos tradicionais de São Paulo

Estudo da JLL mostra que regiões menos óbvias registram negócios relevantes e demonstraram mais resiliência durante a pandemia.

22 de Novembro de 2024
Autores:
  • Agência Tecere

Empreendimentos corporativos de alto padrão conseguem obter bom desempenho mesmo em regiões fora dos eixos corporativos tradicionais, como Faria Lima, Berrini e Chucri Zaidan. É o que mostra um estudo da área de Pesquisa e Estratégia da JLL sobre a ocupação de grandes edifícios em regiões menos demandadas, como Barra Funda e Vila Leopoldina, que recentemente virou notícia no Valor Econômico.

Embora possa haver maior dificuldade inicial para atrair grandes empresas para esses locais, uma vez instaladas, as organizações tendem a ser fiéis, mesmo em tempos de crise. Esses prédios demonstraram mais resiliência durante a pandemia, com poucas e pequenas devoluções de área, ao contrário do que aconteceu nas regiões corporativas clássicas.

Alguns exemplos são o CGD Corporate, o Atlas Office Park e o Villa Lobos, que abrigam empresas relevantes, como bancos e farmacêuticas, e sofreram impacto sutil em 2020 e 2021, no auge do isolamento social por causa da COVID-19. 

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Estudo de mercado é fundamental para o sucesso do empreendimento
Segundo Yara Matsuyama, diretora de Locação de Escritórios na JLL, alguns fatores favorecem o sucesso de um empreendimento fora dos eixos tradicionais de escritórios.

“Prédios localizados em áreas próximas a bairros residenciais de alto padrão, com boa infraestrutura e serviços, como transporte público e restaurantes, atraem ocupantes dispostos a se instalar fora dos eixos corporativos tradicionais”, afirma. 

Ela destaca a importância de entender o perfil da região e adaptar o produto para atender a esse público. “É fundamental fazer uma análise detalhada da localização e conceber um produto adequado. Não é questão de sorte, mas de estudo de mercado”, diz

Em alguns casos, o preço pedido por metro quadrado pode se aproximar do de regiões tradicionais. Dados públicos mostram que o Edifício Crona 665, no Tatuapé, tem o preço pedido de R$ 130/m², valor superior ao praticado na Berrini, por exemplo, que é uma região consolidada, com infraestrutura e forte presença corporativa.

Em outras situações, a surpresa está na rápida absorção, como o Brasília Square Offices, na Barra Funda, que, em um ano de operação, já atingiu 50% de ocupação.

Para os negócios se concretizarem, a flexibilidade também é um fator importante, tanto no espaço físico quanto na negociação. Ou seja, oferecer lajes corporativas que possam ser ajustadas conforme o perfil do ocupante e estar disposto a negociar valores e condições contratuais. “Trata-se de fazer um produto com liquidez. Lajes com tamanho suficiente para atrair grandes ocupantes, mas que possam ser divididas para atrair também os menores”, indica a especialista da JLL. 

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