Governança em projetos e obras proporciona melhor planejamento e controle dos processos
A aplicação de melhores práticas alinhadas à missão da empresa reduz riscos operacionais e de reputação.
- Agência Tecere
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Contar com uma empresa especializada para gerenciar o seu projeto facilita a rotina, otimiza o tempo e poupa recursos.
Em um cenário em que as empresas estão sob crescente escrutínio, com consumidores cada vez mais exigentes e em meio aos riscos de exposição na internet, é importante disseminar a governança para todas as áreas do negócio e em todas as pontas de atuação. Isso inclui incorporar a governança também em projetos e obras, para mitigar eventuais desvios de conduta e de processos que podem impactar a imagem corporativa.
Esses desvios podem ocorrer em qualquer etapa e vão desde riscos trabalhistas, como falta de contrato ou de uso de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) pelos trabalhadores, até projetos mal elaborados, adoção de materiais de baixa qualidade ou denúncias de superfaturamento e desvio de verba. Em todos estes casos, há perigo real não só para o resultado da obra, como para a reputação da empresa. É por isso que, segundo Valesca Guimarães, diretora de Projetos e Obras para o segmento de varejo da JLL, a governança costuma ser um ponto crítico.
“Em geral, as organizações não dão a devida atenção à área de real estate por considerarem um suporte para o negócio principal ou por entenderem que uma obra é um período transitório, não tão relevante quanto a linha de produção, por exemplo. Soma-se a isso o fato de, muitas vezes, as obras envolverem fornecedores terceirizados e, portanto, desconectados da missão e da cultura da empresa. Além disso, pode haver pressa para a conclusão da obra e a inauguração e, por consequência, alguma condescendência em relação a situações de não conformidade”, afirma.
Empresas que possuem metas ESG precisam estar ainda mais atentas a isso, segundo a especialista. É preciso alinhar as práticas, inclusive no canteiro de obras, aos compromissos assumidos diante do mercado.
Governança em projetos e obras na prática
Uma equipe especializada na gestão de projetos e obras ajuda não só a controlar o bom andamento da construção ou reforma, atendendo aos prazos e custos estipulados, mas também assegura o cumprimento de todos os processos da companhia, reduzindo riscos técnicos e reputacionais.
“O primeiro passo é entender a missão, os valores e a cultura do cliente para saber como lidar com as intercorrências que vão surgir durante a obra. A JLL segue as melhores práticas de gerenciamento de projetos, de acordo com o Project Management Institute (PMI), mas também adota princípios próprios de governança em projetos e obras”, explica a diretora da JLL.
As melhores práticas de gestão de projetos, segundo o PMI, envolvem 10 aspectos: gerenciamento de escopo, de tempo, de qualidade, de custos, de aquisições, de comunicações, de recursos humanos, de riscos, de integração e relacionamento com stakeholders.
Princípios da governança em projetos e obras
1. Capacidade de resposta: responder de forma eficiente e eficaz às necessidades das partes interessadas. Para melhorar a capacidade de resposta do investidor, há que se focar na satisfação das expectativas dos interessados em termos de qualidade, quantidade e rapidez dos serviços prestados com os recursos limitados disponíveis.
2. Integridade: diz respeito às ações organizacionais e ao comportamento dos responsáveis, referindo-se à adesão e alinhamento consistente aos princípios e normas técnicas para sustentar e priorizar o interesse da empresa sobre os interesses dos departamentos envolvidos no que tange projetos e obras.
3. Transparência: permitir que a direção obtenha informações atualizadas sobre operações, estruturas, processos decisórios, resultados e desempenho de seus investimentos em ativos imobiliários. Consiste em disponibilizar, inclusive na forma de dados abertos, para as partes interessadas, as informações que sejam de seu interesse e não apenas aquelas impostas por disposições de leis ou regulamentos.
4. Equidade e participação: promover tratamento justo a todas as partes interessadas, levando em consideração seus direitos, deveres, necessidades, interesses e expectativas.
5. Accountability (prestação de contas e responsabilidade): diz respeito à obrigação que têm as pessoas às quais se tenham confiado recursos, incluídas as empresas, de assumir as responsabilidades devidas.
6. Confiabilidade: representa a capacidade das empresas de minimizar as incertezas para as partes interessadas nos ambientes que as intervenções em projetos e obras tocam. Por isso, uma empresa confiável tem que se manter o mais fiel possível aos objetivos e diretrizes previamente definidos, passar segurança aos seus clientes, funcionários e investidores em relação a sua atuação e, por fim, manter ações consistentes com a sua missão institucional.
“O conjunto de boas práticas alinhado aos princípios da governança em projetos e obras traz muitos benefícios para as empresas, como conexão com a missão corporativa, aumento do controle e do monitoramento, redução de gastos, mais eficiência e vantagem competitiva”, avalia Valesca Guimarães.
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