Inteligência Artificial muda requisitos da operação de data center e traz o desafio de projetar instalações à prova de futuro
Evolução da tecnologia promove mudanças na estrutura de data centers e coloca o Brasil no centro das oportunidades de crescimento.
- Agência Tecere
Enquanto cresce a demanda global por data center, o setor enfrenta o desafio de expandir acompanhando o avanço tecnológico, que provoca mudanças significativas na infraestrutura dessas operações. Os data centers desenvolvidos hoje precisam estar alinhados às necessidades atuais e futuras do mercado. Isso aumenta a complexidade de projetos e obras, que utilizam o que há de mais moderno em construção e sistemas para ter instalações cada vez mais eficientes e à prova de futuro.
O principal vetor dessas mudanças é a Inteligência Artificial (IA), que já está transformando a indústria e impactando não apenas o número de novos data centers necessários, mas também a sua concepção e localização. A IA generativa requer clusters mais densos e infraestrutura de TI com alto desempenho, acima do encontrado em um data center padrão, produzindo muito mais calor. Isso eleva a importância de requisitos como oferta de energia – preferencialmente, energia renovável e a baixo custo – e sistemas de resfriamento.
Relatório sobre Data Center no Brasil
Confira as principais informações sobre um segmento em ascensão e cada vez mais vital para garantir a segurança dos dados.
Os métodos tradicionais, como resfriamento do ar, podem ter dificuldades para dissipar o calor gerado por racks densamente compactados, ou seja, com muitos equipamentos de alta performance. Para manter a eficiência, os data centers estão adotando tecnologias mais avançadas de resfriamento, como refrigeração líquida ou trocadores de calor da porta traseira.
“Embora os data centers com densidades de rack tradicionais manterão o resfriamento a ar, começaremos a ver uma adoção mais ampla de refrigeração líquida em instalações com altas densidades de rack”, afirma Cesar Mello, head de Projetos e Obras da JLL.
A Bloomberg Intelligence projeta que o mercado gerador de IA crescerá para US$ 1,3 trilhão nos próximos 10 anos – era de apenas US$ 40 bilhões em 2022. Operadores e desenvolvedores de data centers que quiserem capitalizar esta oportunidade devem reconhecer que os data centers especializados em IA são diferentes das instalações convencionais e também entre si.
Por exemplo, a carga de trabalho de uma IA geradora de imagens requer muito mais energia do que uma geradora de textos. Além disso, os requisitos de energia para os três estágios de IA generativa – criação de modelo, ajuste e inferência – variam significativamente. Assim, operadores de data center precisam planejar e alocar recursos de energia com base no tipo de dado que está sendo processado e o modelo de IA generativa.
Essas questões vêm se somar a outras que são cruciais para a implantação de data center, como disponibilidade de anéis de fibra ótica e localização, uma vez que não podem estar em áreas sujeitas a riscos ambientais (alagamento, deslizamento), vibrações (próximo de ferrovias e pedreiras), emissão de poluentes no ar (petroquímicas e aterros) e explosões (posto de combustíveis e empresas de fertilizantes).
“De fato, os projetos de data center, que são operações críticas, devem prever inúmeros aspectos relevantes que podem inviabilizar uma operação. Para além de questões burocráticas da obra, como aprovações e licenças, contar com um parceiro especializado faz toda a diferença para o resultado a longo prazo, aumentando a eficiência operacional e potencializado o retorno”, afirma o head de Projetos e Obras da JLL.
É por isso que a JLL oferece uma abordagem integrada para o setor de data center, com soluções customizadas que vão desde a procura pelo terreno, negociação, arquitetura, implementação, gerenciamento de projeto e obra e gestão de facilities, sem deixar de lado boas práticas de ESG. Saiba mais sobre as soluções da JLL para data center.
Brasil no radar da expansão dos data center
A disponibilidade de energia tem feito muitos desenvolvedores mirarem mercados secundários para projetos de novos data center. É o caso da América Latina, especialmente Brasil e México, segundo o relatório Data Centers 2024 Global Outlook, da JLL, que traz os desafios e oportunidades do setor. Enquanto o México se beneficia da proximidade com os EUA, o Brasil se destaca pela abundante oferta de energia renovável. Saiba mais sobre data centers sustentáveis aqui.
No país, o mercado de data center se concentra em São Paulo, principalmente nas regiões de Campinas e Barueri, com 410 MW e 221 MW em operação, respectivamente. Estão em construção mais 285 MW em Campinas e 64 MW em Barueri, além de planejados outros 320 MW e 38 MW em cada região. No entanto, 2023 marcou o início da expansão de data centers no Rio de Janeiro, quando o estoque cresceu 115% em relação a 2022. Novas entregas no estado são esperadas para este ano e o próximo, com 76 MW em operação atualmente e mais 103 MW em construção. Os dados são do relatório de Data Center no Brasil elaborado pela JLL.
“A demanda por data center no Brasil está alta e, com todo o potencial de geração de energia limpa que nós temos, é uma oportunidade de se posicionar com o que há de mais moderno nesta indústria. A JLL tem o conhecimento e a experiência que o setor precisa para colocar o Brasil entre os grandes deste setor”, conclui Mello.
Receba conteúdos exclusivos
sobre o mercado imobiliário!
Informe os assuntos que mais te interessam relacionados ao mercado imobiliário para que possamos
enviar notícias, reportagens e estudos de mercado com exclusividade na sua caixa de entrada.