Inteligência artificial otimiza gerenciamento de energia em prédios corporativos
O uso da IA já é uma realidade e pode ser adotado até mesmo em ativos imobiliários mais antigos.
- Abgail Cardoso
Bastante acessíveis atualmente, os sensores de telemetria para acompanhar o consumo de energia geram volume e histórico de dados de qualidade suficiente para a aplicação de modelos estatísticos de previsão. Associando esse conjunto de dados com a inteligência artificial, é possível otimizar o gerenciamento de energia e alcançar significativos benefícios nos empreendimentos corporativos.
IA e real estate
A inteligência artificial tem um enorme potencial para remodelar a indústria imobiliária, com impactos de curto e longo prazos que vão desde o surgimento de novos mercados e tipos de ativos até inovações em modelos de investimento e receita.
“Com a incorporação da inteligência artificial, a gestão de equipamentos que consomem mais energia, como ar-condicionado e iluminação, pode ser realizada de forma automatizada e mais eficiente, sem perder em conforto e comodidade para os usuários”, explica Vinícius Santos, da área de Technology Product Management da JLL Technologies.
Segundo Vinícius, a inteligência artificial analisa padrões de consumo e faz projeções com rapidez e eficiência. Além dos dados dos sensores, pode considerar também dados de outras fontes, como a população do empreendimento, previsão do tempo, agenda de eventos no local, entre outros.
“A inteligência artificial ainda é nova no gerenciamento de propriedades, mas não tem volta. A intensificação de seu uso, associado com automações e vários outros sistemas que controlam calor, pressão e temperatura, por exemplo, trará maior eficiência e importantes reduções de custos”, afirma o diretor de Gerenciamento de Propriedades da JLL, Fábio Martins.
Benefícios e investimento
O principal benefício é o menor custo de energia devido à redução de até 20% do consumo total. Em termos ambientais, a equação é mais complexa, já que demanda também que a fonte de energia seja a mais limpa e renovável possível. Mas, em todos os casos, menor consumo de energia é melhor para reduzir efeitos ambientais negativos.
O investimento necessário para incorporar a inteligência artificial ao gerenciamento de energia varia conforme o contexto de cada imóvel. A experiência da JLL indica que o retorno sobre o investimento (ROI) está entre quatro e 11 meses na maioria dos casos.
Experiência prática da JLL
Em 2022, a JLL adquiriu a startup americana Hank e vem aplicando com sucesso essa solução na gestão de ar-condicionado de edifícios de escritórios.
A solução Hank analisa os dados de telemetria, identifica padrões, realiza previsões e, efetivamente, opera os equipamentos sem a necessidade de intervenção humana. “Isso é possível porque o Hank se conecta diretamente ao sistema de gestão do edifício, mais conhecido como BMS, e ganha autonomia para realizar as operações que normalmente um humano faria”, explica Vinícius.
Um dos clientes da JLL que utiliza a tecnologia Hank reduziu em 51% o custo de HVAC (ou, em português, AVAC – Aquecimento, Ventilação e Ar-condicionado), além de conseguir um ajuste mais preciso de fluxo de ar e maior conforto para os usuários, já que as variações de temperatura acima do ideal (ou setpoints) foram reduzidas em 20%. “Para a audiência mais técnica, esses resultados parecem um sonho, mas são apenas exemplos do efeito prático que a inteligência artificial causa ao atuar com autonomia em tarefas complexas”, afirma Vinícius.
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