Reportagem

Transformação digital acelera demanda por data centers durante a pandemia

Maior uso de plataforma digitais impulsiona segmento que já vinha em crescimento.

02 de Junho de 2020

A transformação digital acelerada pelo coronavírus está movimentando o segmento de data center, uma vez que a rápida migração para o universo digital foi crucial para a continuidade dos negócios durante o período de isolamento social.

Essa tendência é visível em todos os setores da economia. No universo corporativo, houve o aumento repentino do uso de plataformas de videoconferência e de colaboração na nuvem. No setor educacional, a solução adotada foi o ensino a distância. No varejo, aconteceu uma veloz mudança na forma de compra, do canal offline para o online. Os exemplos são muitos.

Movimentos do mercado de data center

O setor de data center e cloud computing (armazenamento de dados na nuvem) demonstrou forte desempenho e recebeu investimentos ao longo de 2019, principalmente nas regiões EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e APAC (Ásia Pacífico).

O mercado global encerrou o último ano com boas expectativas dos investidores institucionais e REITs (Real Estate Investment Trust, um tipo de fundo imobiliário), indicando tendência de manter os planos de desenvolvimento no setor em 2020. Prova disso é a recente notícia da joint venture entre GIC e Equinix, para explorar o mercado de data centers no Japão, com volume de investimento de mais de US$ 1 bilhão.

Nos Estados Unidos, os exemplos são a Digital Realty, que expandiu sua presença global por meio da fusão com a Interxion (já possuía 53 operações de data center em 13 mercados

europeus), e a Coresite, que dispunha de 23 operações no território americano e inaugurou um novo campus em Reston, na Virgínia, com previsão de capacidade energética de 100 MW em 90.000 m² de área construída.

O Brasil deve seguir essa mesma tendência, já que é o principal mercado na América Latina. Até o ano passado, o país possuía cerca de 45 data centers para oferecer serviços de colocation (quando um data center independente oferece hospedagem compartilhada para servidores de diversas empresas) e cloud computing, com maior concentração em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Trata-se de um mercado com a presença de grandes players, como Equinix, Ascenty (adquirida pela Digital Realty e Brookfield), Odata (de propriedade da CyrusOne e Patria Investimentos) e T-System, todos em franca expansão, com novos data centers em construção e alguns tendo dobrado seu portfólio no Brasil em apenas dois anos.

Desde o início do ano, a Digital Colony fechou a aquisição de Data Centers da UOL Diveo (TI do grupo UOL), criando uma empresa do segmento no país, a Scala Data Centers, o que materializou o plano de ingressar neste setor no Brasil. Outro player gigante presente no país há mais de oito anos é a AWS (Amazon Web Services), que anunciou planos de expandir sua presença no mercado, com investimentos na ordem de R$ 1 bilhão. Recentemente, firmou contrato e parceria com a Serpros por cinco anos, para prover serviços em nuvem.

Efeitos de longo prazo

Enquanto não há um horizonte claro para o fim da pandemia, as empresas estão discutindo alternativas e elaborando eventuais planos de contingência para futuras ondas da COVID-19. As medidas que já estão em prática e que provavelmente permanecerão incluem o monitoramento do trânsito e do contato entre as pessoas, o teste em grande escala da população global e o isolamento social horizontal ou em grupos.

Os data centers têm necessidades específicas que vão além da tecnologia e incluem a infraestrutura do imóvel. A JLL já atuou em vários projetos de mapeamento de terrenos e imóveis para implementação de data center e tem know how para auxiliar as empresas a encontrar o melhor local para uma operação tão complexa.

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