Reportagem

Necessidade de expansão e interesse de investidores estimulam operações de Sale & Leaseback no Brasil

Bastante comuns em países de economias maduras, operações de Sale & Leaseback imobiliário começam a ganhar espaço no Brasil.

18 de Novembro de 2013

Esse tipo de transação, que consiste na venda de um imóvel casada à subsequente locação do mesmo ao antigo proprietário, tem três atrativos principais.

O primeiro deles é financeiro. Com os recursos da venda no caixa, a companhia pode fazer investimentos e buscar expansão.

Outro ponto relevante diz respeito à desmobilização de ativos. Ao vender o imóvel tendo a garantia de que poderá permanecer no mesmo local por um determinado período, a empresa tem a oportunidade de se concentrar em seu core business. Isso porque não precisará mais se preocupar em fazer a gestão patrimonial do escritório.

A terceira vantagem é de natureza tributária. Ao reduzir o ativo imobilizado de seu balanço, a companhia, que passará a ter de assumir uma despesa operacional, conseguirá também gerar ganhos fiscais.

Roberto Patiño, gerente da área de Transações da JLL, explica que o processo de estabilização econômica das duas últimas décadas favoreceu o aumento das operações de Sale & Leaseback no País.

“Antes da estabilização da moeda e com a inflação fora do controle, os imóveis eram considerados uma importante reserva de valor, uma segurança. Hoje, ao contrário, viraram ativos fixo imobilizados, que contribuem negativamente para o retorno sobre o capital. Do ponto de vista financeiro, há consenso de que a parte imobiliária deve ser utilizada da melhor forma para trazer recursos para o caixa das empresas”, compara Patiño.

O executivo ressalta ainda que transações desse tipo também são bastante demandadas pelo mercado financeiro. “Os recebíveis dessas operações podem virar papéis, geralmente Certificados de Recebíveis Imobiliários, e serem colocados no mercado para investidores que buscam bons retornos.”

Patiño observa, no entanto, que a maior parte dos investidores considera atraentes apenas os títulos de emissores – no caso, a empresa envolvida na transação de Sale & Leaseback e que se tornará locatária – que tenham boa saúde financeira.

“Esse mercado busca empresas com bom risco de crédito, histórico de geração e caixa, com plano de expansão acelerado”, exemplifica.