Mudanças significativas no design de escritórios impõem desafio de projetar espaços resilientes para o futuro
Uma desconexão entre as expectativas dos funcionários e o investimento corporativo decorre da falta de dados e de tecnologia adequada.
- Agência Tecere
As aceleradas mudanças no mundo do trabalho estão transformando o design dos escritórios na mesma velocidade. Em um curto intervalo de tempo, as empresas e as pessoas deixaram o trabalho presencial e se adaptaram ao home office, por imposição da pandemia de COVID-19, e, depois, ao trabalho híbrido, modelo que predomina na América Latina. Com isso, os espaços corporativos precisaram se reinventar. Afinal, se o trabalho pode ser desempenhado de qualquer lugar, a função do escritório muda. Hoje, esse é um espaço muito mais voltado a interações coletivas do que a tarefas individuais.
“Nos últimos anos, o design de escritórios passou por mudanças significativas. Após uma redução de área em muitas empresas por causa da pandemia, elas passaram a ter o desafio de atrair os colaboradores de volta com espaços de qualidade, confortáveis, que proporcionam mais interação e colaboração. Assim, as relações humanas se tornaram o ponto de partida para o layout dos espaços corporativos e, ao mesmo tempo, a tecnologia foi incorporada para trazer mais controle e eficiência. Os escritórios atuais são humanizados e tecnológicos”, diz Alessandra Arnone, diretora da Tétris no Brasil.
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Se, antes, a tecnologia era um diferencial para a experiência do usuário, hoje vai além. Ferramentas tecnológicas contribuem também para a gestão mais eficiente do espaço, seja no controle da ocupação para garantir a saúde e a segurança dos colaboradores, seja para proporcionar o uso mais eficiente dos recursos, com automatizações que geram economia de energia e de água, por exemplo. Assim, a sustentabilidade se torna mais um vetor que orienta os investimentos nos ambientes corporativos.
Tantas mudanças em tão pouco tempo exigem alta dose de flexibilidade. Essa é outra palavra-chave para definir não só os novos espaços corporativos, mas também as relações de trabalho e as negociações imobiliárias.
“Um espaço de trabalho flexível é aquele facilmente adaptável para diferentes necessidades. Com design e mobiliário inteligentes, é possível adaptar rapidamente uma mesma área para o trabalho convencional ou para um evento com muitas pessoas, inclusive conectadas remotamente. Essa é uma demanda frequente das empresas que adotam o trabalho híbrido”, aponta Arnone.
Como projetar espaços resilientes para o futuro?
Segundo o relatório Future Foundations, da Tétris Design & Build (conteúdo em inglês), que traz insights de como impulsionar o valor dos ativos a longo prazo, em 20 dos principais mercados de escritórios globais, apenas 34% da demanda futura por espaços de trabalho com baixa emissão de carbono serão atendidas nos próximos anos, dada a crescente procura por edifícios sustentáveis.
“É uma excelente oportunidade para investidores modernizarem ativos antigos para atender às novas necessidades dos ocupantes. O design e a adaptação desempenham um papel fundamental no aumento da sustentabilidade de um espaço, impulsionando o valor e a resiliência dos portfólios de ativos. Espaços sustentáveis são ecologicamente corretos, resilientes aos riscos climáticos e benéficos para a saúde humana e as comunidades. Além disso, contribuem para as metas de ESG das empresas, fazendo com que estejam dispostas a pagar mais por eles”, indica Arnone.
Os espaços sustentáveis estão em alta porque são capazes de responder aos principais desafios enfrentados pelas empresas, tais como:
Jornadas de descarbonização corporativa: O escritório é cada vez mais reconhecido como um fator vital na redução de emissões. Uma renovação leve pode reduzir os gastos com energia entre 10% e 15%, enquanto uma modernização mais profunda, que também abrange sistemas mecânicos, elétricos e hidráulicos, pode cortar o consumo entre 30% e 40%, reduzindo as emissões.
Redução de custos operacionais e de manutenção: Recursos essenciais de sustentabilidade, como iluminação eficiente e tecnologias de economia de água, podem reduzir significativamente os custos operacionais. O design sustentável, que prioriza materiais duráveis, também cria um espaço mais duradouro que custa menos em manutenção, aumentando o apelo do espaço para empresas que buscam otimizar despesas de longo prazo.
Atração e retenção de talentos: Ambientes que apoiam a saúde e o bem-estar podem ser uma maneira poderosa de envolver os colaboradores, contribuindo para uma melhor satisfação, saúde, produtividade e criatividade. Além disso, um escritório sustentável é cada vez mais valioso para reter os talentos que buscam organizações que se alinhem aos seus valores pessoais.
Impacto social: As metas de sustentabilidade corporativa incluem cada vez mais iniciativas de impacto social, como melhorar a diversidade, a inclusão e os benefícios para a comunidade. O design de interiores pode criar um ambiente que atenda ao que diferentes colaboradores precisam para ter o melhor desempenho, ajudando a promover um senso de pertencimento e apoiando as empresas em suas estratégias de diversidade, equidade e inclusão. Uma adaptação sustentável também pode integrar arte e materiais das comunidades próximas, ancorando o espaço como um contribuinte valioso para a economia local.
Modernização é estratégia para permanecer relevante
A renovação de um imóvel é uma maneira econômica e de baixo impacto para garantir ativos de alta qualidade que atraiam e retenham inquilinos, em comparação com os custos e emissões de carbono incorridos por uma demolição e nova construção. Enquanto uma nova construção pode emitir até 1.500 kg de CO2 por metro quadrado, as modernizações geralmente produzem abaixo de 500 kg de CO2 por metro quadrado; ou seja, apenas um terço, de acordo com o relatório da Tétris.
Além disso, adaptações sustentáveis podem alinhar o espaço com as futuras mudanças legislativas e prepará-lo para estar em conformidade com os requisitos futuros. Análises de riscos climáticos provavelmente se tornarão parte das avaliações de edifícios. Adiar as atualizações pode significar que os ativos se tornem não conformes com a legislação, diminuindo o potencial de vendas ou locação, ou correr o risco de ter ativos desatualizados caso os custos de modernização superem seu valor.
“Os investidores que aproveitam o design e a adaptação para atender ou exceder os requisitos ambientais têm uma vantagem com espaços que permanecem resilientes às demandas em constante evolução. A modernização pode garantir valor a longo prazo ao elevar a satisfação do inquilino, a resiliência climática e a adaptabilidade aos mercados cada vez mais conscientes ambiental e socialmente”, conclui a diretora da Tétris no Brasil.
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