Pontos de vista

Tornar objetivos tangíveis é um passo importante para avançarmos com o ESG no mercado imobiliário

Tecnologia e inovação são fundamentais para viabilizar a implementação de uma economia de baixo carbono.

A sustentabilidade é um caminho sem volta. E, na medida em que avançamos para nos desenvolvermos em torno de um mundo net-zero, é importante não apenas compreender a importância da tecnologia para alavancar os benefícios operacionais, mas também transformar grandes objetivos em metas tangíveis de ESG.

Foi a partir dessa perspectiva que o GRI promoveu, em 06/04, o “ESG Goals 2022 & Beyond: moving from Targets to Tangible Pathways” (Metas ESG para 2022 e além: transformando objetivos em caminhos tangíveis, em tradução livre), com a participação de Guy Granger, head Global de Sustentabilidade e Serviços de ESG da JLL.

Considerada o ponto de inflexão para darmos um passo adiante, a tecnologia não é o único pilar que sustenta nosso futuro mais sustentável. Pensando não apenas no atual cenário, mas também nos desafios que teremos pela frente, é relevante levarmos em consideração outros três tópicos: capital, crédito de carbono e regulamentação. Nesse contexto, devemos pontuar:

               1.     Há cada vez mais capital disponível para projetos e ativos net-zero.
               2.     O crédito de carbono desempenha um papel importante na criação de uma cultura rumo ao carbono neutro.
               3.     A regulamentação está crescendo nos âmbitos global e local devido ao risco das mudanças climáticas.
               4.     A velocidade de adoção de tecnologias viabiliza a implementação da economia de baixo carbono.

De forma prática, a grande oportunidade do mercado imobiliário corporativo rumo às metas ESG não está apenas nas novas construções, mas, sim, no retrofit de edifícios existentes, que representam cerca de 80% do portfólio da meta de carbono zero até 2040. No entanto, ao mesmo tempo em que surgem como a grande alternativa, existe o desafio para esse segmento, motivado por dois principais aspectos: infraestrutura e sistemas envelhecidos.

Se o caminho é árduo e as possibilidades são diversas, como transformar os grandes objetivos em metas plausíveis para alcançarmos o net-zero? Parte da resposta está na colaboração e na disponibilização de recursos. Todos devem ter em mãos o máximo de informação possível e estar dispostos a compartilhar dados, o grande catalizador para o futuro verde, de forma transparente. A partir daí, cada empresa estará mais preparada para elaborar e implementar um bom plano de ação.

E o mercado imobiliário nesse cenário? Em primeiro lugar, cabe à liderança compreender a importância da visão ao longo prazo, principalmente pela dicotomia que toma conta das discussões sobre alguns temas, como Green Building, por exemplo. Ao mesmo tempo em que o custo a curto prazo poderá ser maior, mas tornará o ativo mais resiliente com o passar do tempo, há descompensação momentânea do valor de um Green Building, pois o investidor, naturalmente, espera um valor mais alto de locação e o ocupante anseia por ter seus requisitos de sustentabilidade atendidos.

Está claro que ainda existem muito mais perguntas do que respostas quando falamos sobre net-zero e a contribuição que podemos oferecer para construir um futuro melhor. Cabe a cada um de nós, portanto, compreender as possibilidades que temos em curto, médio e longo prazos. Independentemente do tamanho, ações precisam ser tomadas desde já e planejadas para criarmos um ecossistema de parceria que alcance metas tangíveis de ESG e impactem não apenas o mercado imobiliário, mas também todos os setores da indústria e da sociedade. 

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