Pontos de vista

Com alta da taxa de juros, empreendimentos de alto padrão se sobressaem no mercado residencial

Bons projetos – únicos, bem localizados e com diferenciais – ainda terão excelente retorno mesmo neste cenário.

Na última terça-feira (15/03), as nossas equipes de Projetos e Obras, Capital Markets, Gerenciamento de Propriedades e Valuation and Advisory Services marcaram presença no GRI Residencial 2022, que abordou tendências, desafios e oportunidades para um setor em que a JLL está cada vez mais presente. Essa expansão dos negócios da nossa empresa, após 25 anos de atuação com excelência em outros segmentos do mercado imobiliário brasileiro, coincidiu com a crescente demanda por habitações no país.

Em 2021, o Brasil registrou alguns recordes no mercado residencial: houve o maior volume de financiamentos da história (superando R$ 200 bilhões, uma alta de 65,7% em relação ao ano anterior); foi estabelecida a maior quantidade de lançamentos de novos empreendimentos (265 mil); e comercializou-se um número bastante expressivo de unidades (261 mil).

Mas, agora, o que vem por aí?

A pergunta acima, evidentemente, pautou a maioria dos painéis do GRI Residencial 2022 – ainda mais em um novo cenário econômico, com aumentos da taxa de juros, de 6% para 12%, e do Índice Nacional de Custo de Construção (INCC), que já avançou 0,61% em fevereiro e 0,34% em março. Com a alta dos juros, há uma redução de quase 50% (de 15 milhões para 7,6 milhões) de pessoas/famílias aptas a tomar crédito para financiamentos de até R$ 200 mil. Para a faixa de até R$ 500 mil, a queda percentual é similar (de 3,4 milhões para 1,9 milhão).

Dessa maneira, a tendência é que ocorra uma diminuição da intenção de compra, principalmente entre as classes média e baixa. O mercado aquecido, porém, faz com que esse apetite reduzido ainda traga menos impacto para bons projetos – independentemente do padrão do empreendimento, aqueles que são únicos, bem localizados e com oferta de diferenciais seguirão em destaque e com excelente retorno. Imóveis do tipo studio, por exemplo, que representaram 60 mil unidades somente em São Paulo em 2021, continuarão sendo entregues em 2022 e 2023 e poderão saciar anseios como o de quem quer manter uma base na capital enquanto busca qualidade de vida no interior.

Para o alto padrão, setor em que atua a área de Projetos e Obras da JLL, espera-se forte crescimento. Aqui, vale a ressalva de que todos os cuidados são decisivos para aproveitar, de fato, o momento para se sobressair no mercado. A expertise de uma empresa como a nossa ao acompanhar uma construção de perto, por exemplo, assegura o retorno do investimento. Afinal, sem a gestão de um especialista, é muito mais difícil antecipar problemas de forma eficaz, minimizar ou eliminar riscos, traçar projeções adequadas e garantir cumprimentos de prazo e custos. 

O GRI Residencial deixou a impressão de que os principais players desse mercado estão atentos aos fatores capazes de interferir no sucesso dos negócios, como o citado acima. Assim, manteremos as expectativas positivas – como o acréscimo de 8,9 milhões na demanda de habitações até 2030 – mesmo em meio à alta de juros e a outras interferências, como o comportamento de fundos imobiliários ou o problema geopolítico global desencadeado pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.

*Os dados que ilustram este artigo foram coletados durante a participação da JLL no GRI Residencial 2022.

Quer saber mais? Entre em contato com o autor deste artigo:

Cesar Mello,Diretor, Projetos e Obras - Industrial, Data Center e Residencial
Cesar Mello
Diretor, Projetos e Obras - Industrial, Data Center e Residencial