Mercado logístico de alto padrão registra a menor vacância histórica | 2T2022
Mercado permanece aquecido e tendência é de subida nos preços.
O mercado de condomínios logísticos de alto padrão segue aquecido. A taxa de vacância no segundo trimestre deste ano é de 9,34%, a menor já registrada desde que o setor passou a ser monitorado, em 2013. O índice é 3,53 p.p. inferior em relação ao mesmo período do ano passo. Os dados são do estudo First Look realizado pela consultoria imobiliária JLL. A absorção bruta foi de 1,2 milhão de m² e a líquida chegou a 984 mil m² de maio a junho.
André Romano, gerente da Divisão Industrial e Logística da JLL, destaca que a queda na vacância é ainda mais representativa porque tivemos entrega de novo estoque. “Foram mais de 680 mil m² entregues em vários estados. No ano, já acumulamos mais de 1,2 milhão de m² de novos espaços logísticos. Muitos deles já foram absorvidos em sua totalidade, demonstrando o apetite do setor”, avalia o especialista.
É o caso da ocupação realizada pela Natura em Alagoas. A empresa absorveu 50,2 mil m² recém entregues na cidade de Murici. O mesmo movimento aconteceu em Recife (PE) e Fortaleza (CE). A Amazon ocupou o estoque entregue de 88,2 mil m² e 33,3 mil m², respectivamente, nas capitais nordestinas, e mais 81,2 mil m² em Cajamar (SP). “Negociações importantes têm acontecido fora do Sudeste. Isso mostra uma busca por terrenos mais baratos por parte das construtoras e o aumento da capilaridade das empresas e das indústrias, que se esforçam para reduzir tempo e taxa de entrega”, analisa Romano.
A projeção é que, até o final de 2022, sejam entregues mais 2,4 milhões de m² de novo estoque em todo o país. “Esse alto volume pode fazer a vacância subir cerca de 2 p.p., mas não haverá queda nos preços. Há variações de valores conforme a região, porém, na média, o preço praticado pelo metro quadrado está 11,30% superior do que há um ano, atingindo a casa de R$ 21,98”, aponta o executivo. De acordo com a pesquisa da JLL, os valores devem entrar em equilíbrio na maior parte do Brasil e estados que estão com os mercados mais aquecidos podem ter valores mais altos de aluguéis, como Minas Gerais e Rio de Janeiro.
MG: um polo de sucesso
Minas Gerais vem se destacando frequentemente dentro do setor de condomínios logísticos. No segundo trimestre de 2022, a região atingiu a vacância de 0,81%, ou seja, quase não há mais espaços disponíveis para serem absorvidos. Por conta desse cenário, o estado deve receber mais de 500 mil m² de novo estoque até o final do ano. “A relevância de Minas tem crescido gradativamente porque trata-se de um polo estratégico: está perto do eixo Rio-SP, com preços, muitas vezes, competitivos, e tem saída para o interior do Brasil”, avalia Romano. A expectativa é que, até o final de 2023, o estoque mineiro de condomínios logísticos ultrapasse o do Rio de Janeiro.