Reportagem

Home office x trabalhar no escritório: a importância do equilíbrio

Não existe um modelo melhor ou pior, mas características diferentes de trabalho.

17 de Julho de 2019

O home office já é uma realidade no Brasil: 47% dos brasileiros trabalham remotamente, segundo pesquisa realizada pelo Ibope Conecta em parceria com a Microsoft. Ainda é menos da metade da força de trabalho, o que significa que muitas empresas titubeiam para aderir à prática e ainda preferem seus colaboradores no escritório. Segundo Érika Ribeiro, da área de Recursos Humanos da JLL, a resistência ainda persiste pela insegurança da gestão à distância, mesmo que ela seja parcial. 

“Porém, a modalidade home office é uma tendência das futuras relações de trabalho. A flexibilização da legislação trabalhista e políticas internas estruturadas contribuem para o fortalecimento e a mudança cultural na maneira de gerir pessoas”, diz. 

No entanto, o home office pode trazer inúmeros benefícios, como:

  • Maior produtividade e foco para os funcionários;
  • Qualidade de vida, principalmente nas grandes capitais, pelo intenso trânsito;
  • Otimização e economia para as empresas; 
  • Menor impacto ambiental,  devido à redução de poluentes decorrentes dos deslocamentos.

Equilíbrio e gestão

Mesmo com tantas vantagens, o home office não deve substituir totalmente o escritório. O trabalho remoto também tem seus pontos de atenção, como a necessidade de tecnologia para conectividade, a exigência de organização e disciplina para que o trabalho renda e o distanciamento dos colegas de trabalho. Por isso, o escritório ainda se faz importante. 

É no local de trabalho que as pessoas se conhecem, interagem e respiram a cultura da empresa. De acordo com a mesma pesquisa citada acima, a sala de reunião é o local onde ocorre a maior interação e a experiência de trabalho em equipe para 63% dos profissionais. Para 16%, a colaboração acontece na copa ou na cozinha. 

Mas como usufruir dos benefícios desses dois modelos de trabalho? A resposta está no equilíbrio e na gestão, como aponta a profissional de Recursos Humanos da JLL. 

“As empresas precisam estabelecer politicas claras e bem definidas. Os funcionários devem estar cientes de todos os deveres e responsabilidades do trabalho remoto, assim como os gestores preparados para o novo modelo de gestão”, afirma Érika. “Existem atividades que requerem mais cuidado, pela necessidade de interação e escopo de trabalho. Assim, nem todas as atividades conseguirão performar remotamente. Algumas delas continuarão sendo realizadas no ambiente físico, o que também trará benefícios, pois os resultados serão melhores se o funcionário estiver presente”, pondera. 

Na competição com home office, escritório precisa ser atraente

Outra questão emerge a partir da divisão do modelo de trabalho entre home office e escritório: quando o colaborador se adapta ao trabalho em casa (com mais autonomia, sem o estresse do deslocamento, podendo dedicar mais tempo à família ou a outras atividades, com o suporte de ferramentas tecnológicas que o mantenha conectado e com o trabalho em dia), como motivá-lo a ir à empresa, interagir pessoalmente com os colegas e manter-se engajado na cultura corporativa? Com espaços mais modernos e agradáveis.  

É dessa forma que ganham destaque também os escritórios open space, que favorecem a interação e a colaboração entre as pessoas, com mobiliário flexível, uma vez que nem todos os colaboradores estão na empresa todos os dias. 

“Um ambiente de trabalho saudável e estruturado é fundamental para o bem-estar e a produtividade dos funcionários. Todos querem se sentir confortáveis e parte da empresa. Assim, ambientes que propiciam esses sentimentos contribuem para que os funcionários queiram estar no escritório e interajam de maneira mais efetiva no trabalho”, conclui Érika. 

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