Conceito de acupuntura urbana contribui para o desenvolvimento sustentável das cidades
Pequenas intervenções são capazes de gerar a melhoria das cidades.
Pequenas intervenções são capazes de gerar melhoria nas cidades. É com esse objetivo que o conceito de acupuntura urbana se desenvolve há alguns anos no Brasil, conquistando profissionais que atuam com Urbanismo e também os do setor imobiliário.
Criado pelo arquiteto e teórico social finlandês Marco Casagrande, este conceito faz parte de uma teoria de ecologia urbana, que combina desenho urbano com a tradicional teoria médica chinesa da acupuntura. No Brasil, o lançamento da acupuntura urbana foi realizado pelo arquiteto e urbanista Jaime Lerner em Curitiba. A proposta contribui, principalmente, para o desenvolvimento sustentável.
“Muitas vezes, o planejamento de uma cidade toma tempo, mas isso não impede que algumas intervenções criem uma nova energia. A acupuntura urbana é um conjunto de ações pontuais e de revitalização que podem mudar progressivamente a vida na cidade. Essas intervenções na tessitura urbana ajudam a sarar a dor de forma instantânea, eficaz e funcional”, explica Lerner, ex-prefeito de Curitiba e ex-governador do Paraná.
Segundo ele, atualmente todas as cidades do mundo apresentam problemas semelhantes, porém existem três desafios fundamentais que exigem mais atenção: a mobilidade, a sustentabilidade e a tolerância à sociodiversidade. “O planejamento deve ser um ato contínuo na vida das cidades. O fundamental é a concepção da localidade”, indica.
Para que haja um equilíbrio entre esses fatores, a sugestão é simplesmente mesclá-los. “Quanto mais elementos relacionados a essas questões, melhor a cidade será. Haverá mais contato entre as pessoas e mais diversidade, contribuindo para que os locais se tornem mais humanizados”, ressalta o especialista, ao mencionar que a convivência é um ponto extremamente importante e que deve ser beneficiado. “A cidade é uma relação de funções, de renda, de idade. Quanto mais misturado for, mais humana e tolerante a cidade fica. Não dá mais para viver em guetos de gente rica ou de gente pobre”, argumenta.