Opinião

Chucri Zaidan é o eixo de crescimento corporativo em São Paulo

Chucri Zaidan será o que foi a Luís Carlos Berrini nos anos 1990/2000.

17 de Outubro de 2017

Com a ocupação dos empreendimentos entregues nos últimos anos e a ampliação da Avenida Chucri Zaidan em andamento, a região consolida-se como o novo vetor de crescimento para o mercado de escritórios corporativos em São Paulo.

O Setor Chucri Zaidan, parte da Operação Urbana Consorciada Água Espraiada, teve o seu Plano Urbanístico divulgado em 2011. Dentro do conjunto de propostas apresentadas, está a extensão da avenida em 3,6 km, desde o Shopping Morumbi até a Avenida João Dias, ampliando o corredor entre Faria Lima e Berrini até o final da nova Chucri Zaidan, na Chácara Santo Antônio, numa via paralela à Marginal Pinheiros.

O prolongamento envolveu a desapropriação de 300 imóveis para a abertura e alargamento das pistas, que terão quatro faixas de rolamento cada e um corredor de ônibus central. No trecho onde não é possível ter esse alargamento, haverá um túnel subterrâneo cuja obra também já começou. Duas novas pontes que fazem parte do projeto, Laguna e Itapaiúna, foram inauguradas, respectivamente, em maio e julho de 2016.

Conversamos com Simone Shoji, da área de Inteligência de Mercado da JLL, sobre o impacto dessa obra.

O que representa a ampliação dessa avenida para o mercado imobiliário de escritórios?

Simone Shoji – Chucri Zaidan será o que foi a Luís Carlos Berrini nos anos 1990/2000. Consideramos que é o novo eixo de crescimento corporativo na cidade. Destaca-se entre as regiões nobres pela disponibilidade de espaços para escritórios com mais de 10 mil m2 num só prédio, interessante para grandes corporações, cuja oferta é bem mais restrita em outras regiões.

Como a extensão já estava prevista há mais de 15 anos pela Operação Urbana, que também amplia o potencial construtivo para quatro vezes o tamanho do terreno, isso atraiu o interesse de investidores. Foram adquiridos grandes terrenos, CEPACs e lançados empreendimentos corporativos de alto padrão, que começaram a ser entregues a partir de 2008. Há também, prontos e em andamento, projetos residenciais e outros multiúso, com escritórios, apartamentos e até hotéis e shopping.

Qual é a expectativa para a região da nova Chucri Zaidan?

Simone Shoji – Faz tempo que falamos sobre essa ampliação, e agora ela começa a se tornar realidade, ampliando muito o potencial imobiliário da área. São Paulo não tem onde crescer em grandes corporações em regiões consolidadas como Faria Lima e Paulista. Para escritórios grandes, é necessário ter terrenos grandes. A região de prolongamento da Chucri Zaidan teve uma atividade industrial forte, mas essas fábricas foram sendo desativadas e deixaram grandes terrenos disponíveis.

Como está a absorção dos prédios prontos nessa região?

Simone Shoji – Os empreendimentos sempre têm um período de maturação. Os prédios mais novos, como WTorre Morumbi e EZ Towers, estão sendo ocupados agora. As duas torres do Parque da Cidade que estão prontas devem ser absorvidas nos próximos semestres. Mas há outros empreendimentos em construção na região, que adicionarão quase 90 mil² ao estoque da Chucri até 2019.

No primeiro semestre de 2017, destacamos a Claro ocupando as duas torres do Claro Corporate e, no EZ Towers, Amil e Huawei.

Qual é o perfil das empresas que estão ocupando os empreendimentos na Chucri Zaidan?

Simone Shoji – Os empreendimentos na região, que apresentam ótimas oportunidades para consolidação de endereço com um custo favorável, têm atraído consultorias, empresas de saúde e seguros, de tecnologia da informação, farmacêuticas, telefônicas, um perfil semelhante ao de empresas presentes na Luís Carlos Berrini, com a vantagem de oferecer preços e condições comerciais mais competitivos devido à maturação da região

Maiores ocupantes por indústria

Telecom (Claro, Vivo/Telefonica, Oi, Nextel)

Farmacêuticas (Dow Chemical, Sanofi Aventis, Merck Sharp, BASF)

Saúde e seguro (Amil, Mapfre, HDI Seguros)

TI (Samsumg, Huawei, Oracle, LG, SAP)

Consultorias (Deloitte, KPMG)

Principais complexos/edifícios

Rochaverá Corporate Towers (126 mil m²) – Torres A e B: 2008, Torre D: 2010, Torre C: 2012

EZ Towers (94 mil m²) – Torre A: 2014, Torre B: 2017

WTorre Morumbi (92 mil m²) – 2015

Morumbi Corporate (73 mil m²) – Diamond e Golden Towers: 2013

Escritórios de alto padrão

Estoque: 677 mil m²

Taxa de vacância: 25,6%

Preço médio pedido de locação: R$ 95/m²/mês