Reportagem

Demanda por escritórios mobiliados faz proprietários investirem em projetos e até em showroom

Preferido pelos inquilinos por reduzir custos de investimento de capital, modelo turn key vira ferramenta de atração em tempos de alta vacância.

25 de Junho de 2024
Autores:
  • Agência Tecere

Escritórios mobiliados são os mais procurados no mercado imobiliário corporativo de alto padrão atualmente. O modelo turn key – ou chave na mão, como também é conhecido – se tornou frequente por viabilizar o aluguel de escritórios usados, com reaproveitamento da infraestrutura e da mobília do ocupante anterior, para atender à necessidade das empresas de reduzir os custos de investimento em um novo espaço (Capex). Com o avanço desse tipo de demanda, os proprietários passaram a investir em projetos, customizados ou não, e até em showroom para expor as possibilidades de configuração do imóvel.

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“A procura por escritórios mobiliados foi impulsionada durante a pandemia, quando, de um lado, muitas empresas entregaram espaços de qualidade e modernos e, de outro, as companhias estavam com seus investimentos congelados, sem recursos para obras, o que inviabilizava a mudança. Diante disso, alguns proprietários passaram a assumir esse custo, diluindo o valor ao longo do contrato de locação”, diz Yara Matsuyama, diretora de Locação na Divisão de Escritórios da JLL.

Mesmo com o fim da pandemia, essa demanda se mantém, por isso, os proprietários estão investindo para transformar o Capex dos inquilinos em Opex (despesas operacionais) e, assim, acelerar novos negócios. “Essa estratégia é especialmente eficiente em tempos de alta vacância”, afirma a especialista da JLL.

Ela explica que, mesmo nos espaços que foram entregues recém-reformados, sempre há alguma obra para adaptação ao novo ocupante. “O turn key é uma facilidade porque o cliente contrata uma obra com valor e prazo fechados, sem riscos e sem a complexidade de lidar com vários fornecedores”, pontua. 

Opções de espaços neutros ou customizados

De acordo com Alessandra Arnone, diretora da Tétris Design & Build, empresa do grupo JLL, os proprietários que estão investindo no modelo turn key apostam em dois perfis de projeto: espaços neutros, com configuração padrão, ou projetos customizados, desenvolvidos sob demanda do futuro ocupante. 

“A customização atende àquelas empresas que desejam transformar Capex em Opex, mas não encontram no mercado opções de imóveis prontos para suas necessidades, principalmente no pós-pandemia, em que a busca por qualidade dos espaços é maior”, diz a diretora da Tétris no Brasil.

Já os espaços neutros são como uma solução de prateleira, um produto com layout modular em que é possível adicionar ou retirar itens facilmente, como salas de reunião e espaços colaborativos. Para divulgar esse produto, os empreendimentos estão investindo em showrooms, assim como o segmento residencial aposta no apartamento decorado.

“O showroom é um andar modelo e apresenta um cardápio de opções de configurações eficientes e facilmente adaptáveis a baixo custo. Com isso, o locatário consegue se ver dentro do espaço. É uma tendência. O mercado está exigindo essa flexibilidade dos proprietários”, avalia a diretora da Tétris no Brasil.

Em geral, esses espaços padrão são simples, com mobiliário nacional, sem itens de decoração ou paisagismo que possa encarecer o projeto. Afinal, o objetivo é diluir o custo da obra, mas sem encarecer o contrato de locação a ponto de se descolar da realidade do mercado imobiliário da região.

Para Alessandra, essa evolução do turn key de uma demanda dos locatários para uma ferramenta de atração usada pelos proprietários se deu porque o modelo se mostrou eficiente.

“Alinhar o processo de locação à parte técnica da implantação é uma vantagem porque garante que o projeto será implementado de acordo com as premissas e dentro do investimento previsto”, declara.

Novo formato transforma as negociações


Esse novo formato está transformando a forma de negociar, de acordo com a diretora de Locação na Divisão de Escritórios da JLL.

“A demanda dos ocupantes é por espaços já prontos e, inclusive, com o budget definido. A oferta precisa se adequar a esse formato, ou seja, trabalhar com um pacote completo”, indica Yara Matsuyama.

No entanto, o desafio desse modelo de negócio é manter o valor global de locação, incluindo obra e mobiliário, dentro da faixa de preço da região. A JLL e a Tétris auxiliam nessa análise de viabilidade. 

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