Reportagem

Smart Building é tendência para o gerenciamento de edifícios

Desde 2011, tecnologia é implantada pela JLL nas unidades mundiais da Procter & Gamble.

26 de Dezembro de 2013

Líder mundial na fabricação de bens consumo, a Procter & Gamble (P&G) sabe bem que, para alcançar sucesso no mercado, não basta investir somente em produtos inovadores e de qualidade. Por trás de toda produção bem-sucedida, é preciso manter um estrutura sólida e moderna, capaz de oferecer as ferramentas necessárias para desenvolver as suas estratégias de negócios com excelência.

Por esse motivo, a P&G sempre acompanha as tendências do setor imobiliário, contando com o apoio da JLL para estar um passo à frente de seus concorrentes. Um dos resultados mais inovadores dessa parceria foi a implantação, em 2011, da tecnologia IntelliCommand em quatro unidades mundiais da companhia.

O sistema introduzido pela JLL está alinhado a uma das mais novas tendências em gestão de edifícios: o Smart Building. Segundo o Smart Buildings Institute, dos Estados Unidos, o conceito visa melhorar o desempenho dos edifícios, facilitando as operações durante o seu ciclo de vida. O principal objetivo é reduzir custos de longo prazo, beneficiando os proprietários, ocupantes e também o meio ambiente, por meio de sistemas integrados.

“Isso melhora o desempenho operacional, aumenta o conforto e a satisfação dos ocupantes, além de fornecer ao proprietário sistemas, tecnologias e ferramentas para gerenciar e minimizar o consumo de energia”, afirma a instituição em seu site. Lá, destaca que adotar o Smart Building em um edifício representa:

  • fornecer informações práticas sobre o desempenho dos sistemas de construção e instalações;
  • monitorar e detectar proativamente erros ou deficiências nos sistemas de construção;
  • integrar os sistemas para geração de relatórios em tempo real e utilização em operações e gestão
    de energia;
  • incorporar ferramentas, tecnologias, recursos e práticas que contribuem para a conservação de
    energia e sustentabilidade.

Eficácia comprovada

Mesmo diante da eficiência comprovada em economia de energia, na facilidade do gerenciamento de instalações e na sinalização de possíveis falhas em equipamentos caros, o Smart Building ainda soa como custoso para proprietários e investidores de imóveis. Para auxiliar na tomada de decisão, a JLL destaca os 10 principais mitos da construção inteligente no formato de pergunta e resposta.

Abaixo, conheça alguns deles:

Tecnologias de construções inteligentes são caras?

Os investimentos em tecnologia de construção inteligente se pagam dentro de um ou dois anos, oferecendo economia de energia e outras eficiências operacionais. Alguns programas têm gerado um retorno positivo sobre o investimento em poucos meses de operação.

Edifícios inteligentes e edifícios verdes são a mesma coisa?

Edifícios inteligentes maximizam a eficiência energética de sistemas construtivos, garantindo a qualidade do ar, enquanto um programa de sustentabilidade inclui estratégias que vão além dos sistemas de automação de edifícios. As soluções inteligentes e verdes podem se complementar, mas não são conceitos idênticos.

Soluções inteligentes só podem ser implantadas em edifícios novos?

Alguns dos edifícios mais inteligentes do mundo não são totalmente novos e apresentaram retorno sobre o investimento em Smart Building. O Empire State Building, por exemplo, superou a economia de energia prevista para o segundo ano consecutivo após um extenso processo de retrofit iniciado em 2009.

Sistemas inteligentes tornam um prédio mais atraente para os usuários?

Tudo o que melhora a eficiência de energia, reduz o custo de ocupação e otimiza a produtividade é valioso para os usuários, como inúmeros estudos e pesquisas comprovam. Com o Smart Building, não é diferente.

Edifícios inteligentes são complicados de operar?

Um edifício inteligente é muitas vezes mais simples de operar e manter do que um prédio que carece de sistemas automatizados. Um sistema de gestão do edifício inteligente pode integrar os aplicativos de gerenciamento de ordem de trabalho, extrair dados de reparação e manutenção de equipamentos para análise de desempenho e identificar problemas de equipamentos a um grau que humanamente não é possível fazer.

“Trata-se de um conceito de otimização de processos e de avaliação de toda a estrutura de um prédio. O conceito está hoje em fase de desmistificação e conscientização de seus benefícios. A P&G, por exemplo, está realizando essa implantação de forma estratégica. Edifícios ocupados pela empresa nos Estados Unidos já contam com a solução, enquanto na América Latina a primeira decisão foi adotá-lo na Costa Rica.”

Frederico Vasconcellos, diretor de Gerenciamento de Facilities, JLL

E não é somente a P&G que tem notado as vantagens do Smart Building. Dados do IDC Insights Energia indicam que empresas no mundo todo destinaram US$ 5,5 bilhões em 2012 para aumentar a eficiência de seus edifícios. Um valor que deveria corresponder a US$ 18,1 bilhões em 2017 – uma taxa de crescimento de 27,1% ao ano. Com base nesse potencial, fica a pergunta: o que torna, de fato, um edifício inteligente?

Indo além das definições do Smart Buildings Institute, Frederico Vasconcellos, da JLL, diz que um edifício inteligente deve ser capaz de detectar ineficiências, diagnosticar possíveis causas, fazer ajustes automáticos, alertar a equipe de gerenciamento para questões que possam ser automaticamente corrigidas e sugerir possíveis ferramentas e peças que auxiliem os membros do time a fazer o reparo rapidamente.

“Para isso, é preciso ter em mente que um edifício se expressa por ele mesmo. Deve-se estar atento à forma como ele transmite suas mensagens. É necessário ter informações sobre seu histórico, entender suas demandas, tomar as melhores decisões de investimentos, otimizar a manutenção e o operacional”, diz o executivo, ressaltando que o Smart Building pode (e deve) ser implantado em estruturas já existentes, ao contrário do que a maioria pensa.

Em uma instalação interna existente, a solução conecta os sistemas de automação predial (BAS) que controlam os sistemas de iluminação, aquecimento, ventilação e ar-condicionado e até, em alguns casos, de água e segurança. Esse foi o caso da P&G. Nos quatro edifícios com o IntelliCommand, tecnologia de Smart Building usada pela JLL e desenvolvida pela Pacific Controls Tecnologia, o resultado foi uma economia média combinada de 10% em apenas 11 meses, com um retorno total de três meses sobre o investimento.

“Além de reduzir os custos de energia, as análises de dados também otimizam o gerenciamento de manutenção. Uma plataforma de edifício inteligente pode analisar curvas de desempenho para equipamentos de grande porte e programar a manutenção preventiva, diminuindo os desperdícios. Isso previne danos ao equipamento e reduz a necessidade de reparações dispendiosas”, esclarece Vasconcellos.