Reportagem

Como uma estratégia ESG consistente ajuda a gerar valor para as empresas

Webinar JLL e WTC Business Club reuniu lideranças para abordar riscos e oportunidades da agenda ESG no mercado corporativo.

26 de Julho de 2022
Autores:
  • Agência Tecere

Em mais um webinar, a JLL e o WTC Business Club reuniram lideranças para debater e trocar experiências sobre uma agenda cada vez mais relevante nas empresas: ESG (Environmental, Social and Corporate Governance ou, em português, governança ambiental, social e corporativa). Sob o tema “Gestão de Riscos e Valor das Empresas”, CEOs, CFOs e demais C-levels discutiram a necessidade de uma estratégia ESG para a perenidade dos negócios.

“Atuar em ESG de forma proativa tem se tornado uma pauta cada vez mais urgente hoje em dia, porque engloba um compromisso muito maior de stakeholders com clientes, funcionários, fornecedores, comunidade e acionistas. Não à toa, o investimento em ESG apresenta um crescimento meteórico nos últimos anos. O mercado fala em US$ 30 trilhões, um crescimento de 68% desde 2014”, afirma Luciana Arouca, diretora de Sustentabilidade da JLL. 

Ela ressalta ainda que uma proposta de ESG sólida pode ajudar a garantir o sucesso e a valorização da empresa a longo prazo, pois se trata de um melhor gerenciamento de riscos.

Uma pesquisa da McKinsey, de 2021, aponta que práticas de ESG podem se relacionar ao fluxo de caixa de cinco formas importantes:

    1. Facilita o crescimento da receita;
    2. Reduz os riscos;
    3. Minimiza intervenções regulatórias;
    4. Aumenta a produtividade dos funcionários;
    5. Otimiza investimentos e gastos de capital.

Chris Stubs, COO da JLL na Inglaterra e com mais de 20 anos de experiência em sustentabilidade, explica que, cerca de 30 anos atrás, o desenvolvimento imobiliário não se comprometia com as futuras gerações e não havia a preocupação em deixar o planeta melhor, que é a orientação das ações de sustentabilidade atualmente. Essa preocupação surgiu, a princípio, motivada pela economia de energia e, consequentemente, de custos. 

“Vinte anos atrás esse discurso ainda era voltado para a indústria pesada. O mercado imobiliário fazia pouco ou nada sobre o assunto, pois o custo da energia em um prédio é baixo comparado ao custo de aluguel ou de pessoas nas empresas”, pondera Stubs.

Em 2005, a União Europeia introduziu o controle de emissões na indústria e o mercado de carbono. Desde então e com mais intensidade a partir de 2015, quando a ONU estabeleceu as ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável), grandes empresas começaram a se comprometer. Por pressão pública e legislações, surgiram relatórios de prestação de contas em que as empresas declaram a resiliência de seus negócios relacionada aos riscos climáticos. As regulações, inclusive, seguem avançando. 

“Este ano, a Bolsa de Nova York publicou as primeiras orientações para a declaração da emissão de carbono de imóveis. Há uma pressão da sociedade e dos investidores em torno da divulgação desses dados. Após a pandemia, o discurso de reconstrução da economia é a oportunidade de melhorar as práticas do mercado imobiliário. Já estamos vendo isso na Europa e nos EUA”, diz Stubs.

Como o ESG se reflete na valorização da empresa?

Para Claudia Leite, Chief Purpose Officer da Hilo Estratégia e Propósito, consultoria em ESG, sustentabilidade é sobre propósito, legado e posicionamento, ou seja, sobre a diferença que queremos causar no mundo.

“As empresas precisam gerar lucro, mas ele é mais consistente e diferenciado quando se traz o entorno junto. Não dá para pensar em prosperidade se o entorno não está bem, se existe enorme desigualdade. As organizações têm responsabilidade de cuidar porque é mais inteligente, gera prosperidade e oportunidades. É criação de valor compartilhado”, explica.

Muitas oportunidades se apresentam para as empresas que decidem investir em uma estratégia de ESG consistente, segundo Claudia:

    - operacionais: aumento da produtividade e eficiência na utilização de recursos naturais, inovação nas técnicas de manufatura e design de produtos;
    - legislativas: colocar-se à frente de alterações na lei que possam limitar a operação, maior poder de negociação com autoridades locais e possibilidade de contribuir com a criação da regulação;
    - reputacionais: maior confiança e transparência; atração e retenção de capital humano; atração de investidores e credores;
    - financeiras: acesso a financiamento facilitado, decisões de investimento melhor informadas;
    - de mercado: novos negócios, produtos e serviços; atendimento à demanda dos consumidores e diferenciação da marca.

“Uma gestão virtuosa é a que faz a organização pensar em longevidade com perenidade adaptativa, afinal, a sociedade mudou e outras demandas virão. Cabe a nós ter essa inteligência e ver a oportunidade de onde chegar e para onde vamos levar a organização. Sempre lembrando que cada setor e cada empresa tem um desafio específico, não existe uma receita. Mas entender em profundidade a nossa realidade vai nos ajudar a ser mais assertivos”, conclui a especialista.

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