Consolidação da hotelaria fortalece parcerias e reequilibra forças no mercado
Marcas franqueadas viram estratégia para grandes e pequenas redes negociarem com OTAs e aumentarem resultados.
- Agência Tecere
A relação dos hotéis com as OTAs (Online Travel Agencies) sempre foi desafiadora: por um lado, elas são grandes canais de distribuição e, assim, um importante parceiro comercial. Por outro, elas podem cobrar altas taxas, justamente pelo poder que possuem na distribuição e atração de hóspedes. Essa relação fica mais desproporcional para hotéis independentes e redes menores, que têm menos capacidade de barganha e acabam com sua rentabilidade comprometida pelas altas comissões cobradas pelas OTAs, afetando o resultado dos proprietários e investidores.
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É inegável a importância de plataformas como Booking.com, Decolar, Expedia e Hurb - para citar as OTAs mais conhecidas - para o mercado. A oferta dos serviços de busca e reserva online facilita muito a vida dos viajantes. A boa notícia é que, finalmente, o setor está encontrando uma saída para equilibrar essas forças por meio do franqueamento de marcas.
As franquias são a maneira de hotéis independentes ou operadores menores conseguirem ampliar sua distribuição e exposição de marca ao se associar a uma marca já conhecida local ou internacionalmente.
“Por terem escala, as grandes cadeias hoteleiras estimulam a venda direta em seus canais e conseguem diminuir o custo da venda em outros meios, além de terem maior reconhecimento dos hóspedes. A vantagem, para elas, é ampliar seu portfólio e impulsionar seu programa de fidelidade, que também tem se mostrado um importante diferencial”, diz Pedro Freire, diretor de Valuation and Advisory Services da JLL.
Esse tipo de parceria se mostra benéfica durante a pandemia e também em momentos de alta competitividade, de acordo com o executivo.
Tendência global com impactos regionais
As franquias são parte de um movimento de consolidação da indústria hoteleira globalmente, que se intensificou com as dificuldades trazidas pela pandemia.
Alguns exemplos são a aquisição da Starwood (dona de Sheraton e outras marcas) pela Marriot e, mais recentemente, a venda do Grupo Apple Leisure (AMResorts) para Hyatt. Segundo Freire, a tendência deve ganhar força também no Brasil, principalmente entre hotéis econômicos e com menos serviços.
Neste cenário, ganha protagonismo a figura do operador hoteleiro, que é o administrador profissional responsável pelos resultados da operação.
“As grandes cadeias hoteleiras têm franqueado suas marcas mais econômicas para operadores regionais. Assim, elas podem focar naquilo que têm de melhor e mais valor: suas marcas, seus canais de distribuição e seus programas de fidelidade, enquanto os operadores ficam mais focados nos resultados da operação e nos aspectos regionais, pois é daí que sai a sua remuneração. Há, portanto, um maior alinhamento dos interesses entre as cadeias hoteleiras, operadores hoteleiros e investidores”, avalia o diretor da JLL.
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