Como as novas métricas estão ajudando as tomadas de decisão sobre portfólio
À medida que investidores e grandes empresas repensam seus portfólios de escritório, novas métricas estão sendo usadas para analisar seu espaço atual e garantir que eles estejam aptos.
Para muitas empresas que estão reavaliando seu espaço de escritório em meio ao aumento do trabalho remoto, com maior foco no bem-estar do funcionário e na necessidade de reduzir despesas gerais, as antigas métricas utilizadas para medir o desempenho dos locais de trabalho podem não ser mais suficientes.
Hoje, métricas que vão além do local tradicional por pessoa ou do espaço por mesa estão sendo utilizadas para que as empresas possam entender e comparar melhor como diferentes escritórios em um portfólio realmente são, verificando o que realmente precisa mudar para poder posicionar da melhor forma possível seus imóveis em um mundo transformado pela pandemia de COVID-19.
“Em variados segmentos como seguros, manufatura e tecnologia, os planos de negócios estão mudando e, portanto, as métricas também”, explica Iain Franklin, Head de consultoria da Corporate Solutions da JLL. “Neste momento, as principais perguntas entre as empresas são 'o que precisamos no pós-COVID?' e como reajustar seus portfólios de acordo com suas necessidades atuais e também garantir que eles sejam ágeis e flexíveis para o futuro.”
À medida que o trabalho remoto torna-se fundamental em muitas estratégias do local de trabalho, as empresas não podem mais simplesmente olhar para seus portfólios e tomar suas decisões com base nas pessoas no escritório.
"Os clientes estão lutando para manter um grande portfólio de escritórios para seus funcionários que agora podem vir apenas dois ou três dias por semana", diz Franklin. “Mais empresas estão perguntando como eles podem distribuir a demanda por espaço ao longo da semana e eliminar o pico e os gargalos tradicionais. Isso permite que as empresas repensem seus portfólios em termos de espaço e das necessidades das pessoas.”
Uma grande mudança na era digital
Uma variedade crescente de métricas não tradicionais tem despertado interesse, desde o quanto os edifícios são inteligentes até a porcentagem de espaço flexível ou de inovação que as empresas têm em seus portfólios. De acordo com a JLL, cerca de 70% das métricas que as empresas adotarão nos próximos três anos serão não tradicionais.
Historicamente, as equipes de Real Estate Corporativo relataram desempenho através da lente da eficiência operacional, medida através de economia de custos, gastos operacionais e preço por metro quadrado.
“Os KPIs tradicionais não respondem completamente a perguntas sobre como o Real Estate Corporativo dá apoio a estratégia de negócios e portfólio”, diz Richa Walia, diretora de Pesquisa da JLL para EMEA. “Por exemplo, um cliente não estava medindo a agilidade do portfólio. No entanto, tornou-se importante, pois os fez pensar sobre o nível de flexibilidade em seu portfólio em relação ao seu plano de negócios e na mudança para o trabalho flexível e remoto”.
Outras novas métricas, como a obsolescência tecnológica (que ajuda as empresas a entenderem quando é hora de substituir sua tecnologia) e o balanço energético (medindo a proporção das necessidades de energia de um edifício provenientes de fontes sustentáveis) também estão tornando-se mais difundidas. Estas pode seguir ao lado de métricas mais familiares, como utilização do espaço e conectividade do edifício.
De fato, muitas das métricas refletem a transformação digital em real estate, com mais empresas implementando sensores para monitorar seus espaços e a infraestrutura do edifício, coletando dados para permitir insights de desempenho mais sofisticados.
E há até uma nova métrica para avaliar o quão bem eles fazem isso: capacidade preditiva. Usando sistematicamente big data, técnicas de machine learning e algoritmos estatísticos, as empresas estão identificando e prevendo tendências futuras à medida que se movem para um planejamento de ocupação mais orientado por dados.
“Usar novas métricas é possível em quase todas as áreas de real estate e inclui prever tudo, desde taxas de ocupação e despesas operacionais até o comportamento do mercado”, diz Walia. “Técnicas preditivas e inteligência artificial estão sendo usadas para a tomada de decisões complexas do CRE e auxiliar em melhorias.”
No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer pelas empresas com relação aos dados e aproveitar ao máximo as oportunidades que oferecem. Pesquisas da IBM no ano passado descobriram que cerca de 80% dos dados (conteúdo em inglês) armazenados pelas empresas estão em silos e não estão prontos para serem usados. “A falta de acesso a dados e análises eficazes é uma das principais restrições na agregação de valor”, acrescenta Walia. “Isso é algo que muitas empresas precisarão superar para que seus espaços funcionem de forma mais eficiente.”
Além disso, o aumento das capacidades tecnológicas nos próximos anos, incluindo 5G e a implantação mais ampla de IoT narrowband e sensores, trarão novas oportunidades de medição e otimização de desempenho do portfólio.
“A longo prazo, o gerenciamento de portfólio está mudando de acordo com novos insights orientados por dados na indústria de real estate cada vez mais digitalizada”, diz Franklin. “As empresas que pensam no futuro precisam adotar uma abordagem estratégica para as métricas, apoiadas por coleta e análise robustas de dados, para preparar seus portfólios para o futuro.”