Reportagem

Dez Princípios de Construção Verde para o setor imobiliário zerar as emissões de carbono

Confira o guia de orientação para implementar uma estratégia de sustentabilidade no seu portfólio imobiliário.

03 de Fevereiro de 2022
Autores:
  • Agência Tecere

Diante dos eventos climáticos extremos que o planeta está experimentando, não há como negar: é urgente agir para reduzir os efeitos da ação humana no meio-ambiente. E o setor imobiliário pode ser protagonista nessa jornada de transformação rumo à sustentabilidade, visto que o ambiente construído é responsável por cerca de 40% das emissões globais de carbono. Apesar disso, apenas 18% das organizações têm um plano de ação para gerir os impactos do seu portfólio imobiliário, segundo o relatório global da JLL “Decarbonizing the Built Environment” (conteúdo em inglês).

Assumindo, mais uma vez, seu papel de liderança no mercado de real estate, a JLL participou da elaboração do relatório “Green Building Principles: The Action Plan for Net-Zero Carbon Buildings” (conteúdo em inglês), em parceria com o Fórum Econômico Mundial. O objetivo do documento é ser um guia para investidores e ocupantes imobiliários na implementação e alcance de suas metas de carbono zero em seus portfólios.

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“A COP-26 mostrou a dificuldade dos governos em chegar a um consenso sobre compromissos ambientais. Temos observado que as empresas estão assumindo este papel, divulgando metas ambiciosas e reorientando seus negócios para um futuro mais sustentável”, diz Luciana Arouca, diretora de Sustentabilidade da JLL.

Ela explica que, quando se fala no impacto gerado pelo ambiente construído, o foco costuma ser em edifícios novos e modernos, geralmente concebidos desde o projeto para conquistar certificações de sustentabilidade. Porém, 70% dos empreendimentos que existem hoje ainda estarão de pé em 2050, ou seja, é necessário pensar em como reaproveitar espaços e modernizar edifícios antigos, buscando soluções sustentáveis em relação ao uso de energia, ao consumo de água e às emissões de carbono. 

“Os 10 Princípios de Construção Verde propõem uma abordagem orientada por dados, com metas estabelecidas. Afinal, é preciso ter clareza da situação atual do negócio para definir metas e elaborar as ações necessárias. É hora de ir do compromisso para a ação, e o guia é um caminho para atingir as metas mais rápido”, afirma a executiva. 

Confira os 10 Princípios de Construção Verde, definidos pela JLL em parceria com o Fórum Econômico Mundial:

1. Calcule a pegada de carbono do portfólio imobiliário

De forma simplificada, o cálculo da pegada de carbono envolve as emissões geradas de forma direta pelas atividades da empresa, as emissões indiretas de energia comprada (por exemplo, eletricidade) e todas as outras emissões indiretas que ocorrem na cadeia de valor de um negócio. Conhecer sua pegada de carbono é essencial para desenvolver uma estratégia eficaz, identificando as principais fontes de emissões.

2. Defina um ano-alvo para zerar as emissões

Os governos e grandes empresas têm aderido à campanha Race To Zero, da ONU, agenda global que coloca como meta zerar as emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2050. Este é o prazo máximo para limitar o aquecimento da Terra a 1,5°C em comparação aos níveis pré-industriais e, assim, evitar catástrofes e a extinção de milhares de espécies. Uma boa meta provisória é reduzir pelo menos 50% das emissões até 2030. 

3. Meça e registre o carbono incorporado de novos desenvolvimentos e reformas

Carbono incorporado em novos empreendimentos e grandes reformas refere-se às emissões de carbono que são produzidas principalmente antes de um edifício se tornar operacional e quando ele é desativado. As emissões são, normalmente, geradas por atividades como extração de matérias-primas, transporte para as instalações, construção do edifício, remodelação, demolição e gestão de resíduos em fim de vida útil. Essas emissões constituem uma proporção significativa de todas as emissões do ambiente construído. 

4. Reduza o carbono incorporado 

Para isso, a inspiração pode vir dos princípios da economia circular. A fase de projeto é quando as decisões mais impactantes podem ser tomadas para reduzir o carbono incorporado. As empresas podem evitar novas construções ou demolições e, em vez disso, encontrar maneiras de otimizar ou reutilizar o espaço existente. Se optar por um novo empreendimento ou grande reforma, considerando todo o ciclo de vida dos imóveis, opte por materiais e um design projetado para facilitar futuras mudanças, reutilização e desmantelamento para a recuperação de sistemas, componentes e materiais. 

5. Otimize o consumo de energia

Implemente medidas para garantir que o edifício consuma o mínimo necessário de energia em sua operação. Podem ser desde medidas simples, como aumentar a frequência de substituição dos filtros de ar-condicionado, até mais elaboradas, como monitoramento pró-ativo do consumo e sistemas de geração de energia renovável. 

6. Maximize o fornecimento de energia renovável

Mesmo depois da implementação de medidas de eficiência energética, ainda haverá necessidade de energia para a operação do edifício, então, garanta que a fonte seja renovável. Aqui entram as hidrelétricas, energia solar e eólica, entre outras.

7. Se disponível, invista em energia 100% renovável

O Plano de Ação reconhece que há muitos países em que não é viável adquirir energia renovável da rede. Neste caso, as empresas podem explorar a opção de usar certificados internacionais de energia renovável (I-RECs) para reivindicar o uso de eletricidade renovável de fontes de baixa ou zero emissões.

8. Reduza as emissões em sua cadeia de valor

Zerar as emissões de carbono até 2050 exigirá trabalho em equipe em quase todas as etapas. Envolva as partes da cadeia de valor nas quais a empresa exerce influência, como os fornecedores, e incentive-as a também reduzir as emissões.

9. Compense suas emissões residuais 

Compensação de carbono é a ideia de que as emissões de carbono, geradas por uma determinada atividade, podem ser compensadas ao apoiar financeiramente um projeto em outro lugar que impeça emissões ou que remova a quantidade equivalente de carbono da atmosfera. É o mercado de créditos de carbono. 

10. Compartilhe o custo-benefício

Para reivindicar o status de carbono zero, uma empresa não precisa pagar sozinha por todas as reduções de emissões. Há vários mecanismos para dividir os custos dessas intervenções de forma equitativa entre aqueles que serão beneficiados, sejam os inquilinos, os proprietários ou administradores do edifício. Identifique parceiros que vão se beneficiar das mudanças, some esforços e divida a conta. Esses mecanismos incluem o envolvimento do proprietário/inquilino do edifício nos planos, cláusulas verdes no contrato e novas formas de precificação que levam em conta a sustentabilidade.

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