Reportagem

Big Data: análise de dados traz mais agilidade e precisão nas transações imobiliárias

Tecnologia e inteligência humana se juntam para dar suporte às decisões e diminuir riscos.

27 de Maio de 2019

A tecnologia está permitindo coletar e armazenar uma quantidade cada vez maior de dados, que se tornam um diferencial competitivo para as empresas com a capacidade de interpretá-los e extrair novas oportunidades de negócio a partir da estatística. Não é diferente no mercado imobiliário: Big Data proporciona mais agilidade e diminui riscos nas transações, trazendo valor para os clientes.

São inúmeras as aplicações possíveis do uso de dados no segmento imobiliário, segundo Olavo Savoia Lima, coordenador da área de BI (Business Intelligence) e Planejamento da JLL. Atualmente, as mais utilizadas são:

  • Na área de Representação de Ocupantes, acelerar o processo, uma vez que os dados permitem
    refinar a busca por um imóvel de acordo com os parâmetros definidos pelo cliente. “Em uma base
    gigantesca de imóveis, fazemos uma pré-seleção seguindo os critérios estabelecidos, o que evita
    visitas desnecessárias”, diz Lima.
  • Para investidores, projeções baseadas em dados históricos e públicos ajudam a identificar regiões
    em desenvolvimento e a antecipar movimentos de mercado, apontando as opções imobiliárias mais
    interessantes para investimento. “Em 2018, realizamos a venda de um imóvel a R$ 90 milhões que
    agora está sendo negociado a R$ 140 milhões”, exemplifica.

Coordenador da área de BI da JLL vê as pessoas como um diferencial
no trabalho com dados


Ao analisar informações como histórico de preços, tendências de compra, venda e aluguel, características do local, como tráfego e demografia, localização da concorrência, entre outros, é possível tomar decisões mais embasadas e fazer uma projeção conforme o comportamento do mercado, diminuindo riscos. O varejo, por exemplo, é um dos setores da economia que cada vez mais demanda esse tipo de serviço.

Na JLL, o trabalho com dados se dá em duas frentes: dados estruturados, em que o mapeamento e previsões do mercado de escritórios e condomínios logísticos de alto padrão já são rotina; e dados desestruturados a partir da demanda do cliente, em que é definido um plano de captura das informações por meio de ferramentas já existentes e outras desenvolvidas internamente, para posterior cruzamento e análise.

Pessoas: parte fundamental na interpretação de dados imobiliários

A tecnologia, entretanto, não faz o trabalho sozinha. Extrair insights a partir de um volume expressivo de dados é um trabalho que requer inteligência humana, como explica Lima.

“A JLL está investindo não só em ferramentas tecnológicas de Big Data, mas em pessoas. Já temos um time com muito conhecimento do mercado imobiliário e agora estamos estruturando métodos para transformar as informações em oportunidades de negócio. É importante entender a demanda do cliente e quais dados devem ser analisados para buscar uma solução assertiva”, pontua o especialista.

Não é à toa que a profissão de cientista de dados foi listada pelo Fórum Econômico Mundial como uma das mais relevantes nos próximos anos. Segundo a empresa de pesquisa de mercado Wikibon, a indústria de Big Data deve movimentar US$ 103 bilhões até 2027.