Crescimento do mercado logístico obriga empresas a rever estratégias para garantir eficiência e evitar preços altos
Recorde de absorções e expansão do e-commerce refletem busca das empresas por espaços e soluções que agilizem as entregas ao consumidor.
- Agência Tecere
O momento é decisivo para as empresas que desejam mudar ou ampliar suas operações logísticas. Com o segmento de armazéns de alto padrão aquecido, o crescimento do e-commerce durante a pandemia obrigou muitas empresas a rever estratégias e a redesenhar operações. Aquelas que não se planejaram antecipadamente estão pagando preços mais elevados, e quem demorar para tomar uma decisão pode ter que enfrentar fila de espera. Quem alerta é André Romano, gerente da Divisão Industrial e Logística da JLL.
“Essa é a última janela de oportunidade para quem quer estar bem localizado e operando nos próximos três anos sem pagar preços absurdos. Apesar de muito se falar em crise econômica por causa da pandemia, a realidade do segmento de galpões logísticos é um mercado disputado. Os empresários do comércio eletrônico já sabem disso, mas os de outras indústrias, não”, diz.
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Os números do último relatório First Look Industrial, da JLL, referentes ao segundo trimestre do ano, refletem esse cenário. O preço pedido médio de locação foi de R$ 19,70 o metro quadrado por mês no período. O valor representa um aumento de 2,63% em relação ao trimestre anterior e de 8,08% se comparado ao mesmo período de 2020. Em Santa Catarina, o preço subiu 15,6% em relação a 2020, enquanto em Minas Gerais o aumento foi de 7,2%. Já em São Paulo, o valor cresceu 5,2%.
A disponibilidade é outro fator que deve preocupar os operadores logísticos. O volume de absorção bruta chegou a 748 mil m² e se aproxima do recorde registrado no quarto trimestre de 2020 (752 mil m²). Em 2021, 64,8% do crescimento do mercado foi representado por absorções em novos estoques.
As grandes pré-locações registradas desde 2018 contribuíram para o crescimento do volume de absorções: 43,9% das áreas entregues desde de 2020 foram locadas antes ou durante o trimestre de lançamento. Para o restante de 2021, são projetados 92 mil m² em pré-locações.
Esse cenário, de acordo com o executivo da JLL, acelera a velocidade das transações no mercado. “Nas áreas próximas às regiões metropolitanas, no chamado primeiro entorno das capitais, o ritmo de locações é rápido. E estamos falando de grandes imóveis, de mais de 50 mil m². Quem não agilizar suas decisões corre o risco de ser empurrado para áreas mais distantes”, afirma Romano.
Assim como galpões, e-commerce bate recorde
O principal responsável pelo aquecimento é o crescimento do e-commerce. O setor bateu recorde de vendas no país no primeiro semestre de 2021, chegando a R$ 53,4 bilhões, alta de 31% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o relatório Webshoppers, elaborado pela Ebit | Nielsen.
Para se diferenciar da concorrência e conquistar os clientes, as empresas apostam no prazo de entrega cada vez mais curto. Assim, redes que contam com estrutura de lojas físicas, como Magalu e Americanas, passaram a utilizar esses pontos como mini centros de distribuição, agilizando a última etapa antes da entrega, chamada de “last mile”.
Outras grandes varejistas nativas digitais, como Amazon e Mercado Livre, investem em galpões em diferentes regiões do Brasil e em pontos parceiros para retiradas de produtos, as agências, como o Mercado Livre batizou o modelo. Ou seja, diferentes estratégias que impactam o setor de galpões logísticos como um todo.
Não é possível prever por quanto tempo o comércio eletrônico continuará em alta, mas os efeitos desse crescimento devem continuar se refletindo no setor de galpões logísticos e industriais por algum tempo. Com altos preços e pouca disponibilidade, a saída é o planejamento.
“Contar com um parceiro especializado como a JLL, que está atenta às movimentações do mercado, também pode ser um diferencial entre conseguir um bom negócio”, finaliza Romano.
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