Reportagem

Greenwashing: como evitar a prática ilegal que prejudica o meio ambiente

Entenda a importância de contar com estratégias e planos de implementação ambientais.

02 de Junho de 2022
Autores:
  • Agência Tecere

Há tempos cresce a preocupação das empresas com o meio ambiente e, consequentemente, com o conjunto de ações que impactam na conservação ou na degradação dele. Trata-se, portanto, de uma agenda global urgente que não pode mais ser adiada.

Metas como a de reduzir as emissões de carbono, ter um processo forte de governança corporativa e assumir o protagonismo frente a comunidades, por exemplo, representam uma nova forma de atuar e de fazer negócios.

Hoje em dia, isso significa obter um diferencial competitivo, pois as empresas ganham mais visibilidade no mercado, conquistando também a confiança de seus investidores e de seus clientes. No entanto, nem todas as empresas seguem este modelo à risca e acabam cometendo o que é chamado de greenwashing

O termo em inglês significa “lavagem verde” e é utilizado para designar uma prática que, a partir da propaganda enganosa, consiste em mentir sobre a sustentabilidade aplicada em ações, produtos ou serviços.

“Entram como greenwashing estratégia de discursos, anúncios e ações de marketing para promover uma empresa como sustentável ou ecologicamente correta, mas, na verdade, são iniciativas para atrair consumidores. Na prática, não existem ações que possam ser validadas como favoráveis ao meio ambiente”, explica Luciana Arouca, diretora de Sustentabilidade da JLL.

De acordo com a executiva, nunca houve no Brasil um movimento tão forte rumo a um mundo mais sustentável, por isso o tema voltou a circular nas agendas climáticas. “Há pesquisas que mostram que, entre 2010 e 2015, o greenwashing afetava oito em cada dez produtos vendidos no país”, conta. “É preciso combater essa cultura. As empresas fazendo um trabalho sério, os consumidores mais atentos às informações dos produtos consumidos e os órgãos fiscalizando as práticas ambientais envolvidas no processo das empresas são passos fundamentais”, reforça Luciana.

Confira, a seguir, as sete categorias avaliadas pelos órgãos ambientais e como podem ser analisadas também pelo próprio consumidor:

Custo ambiental camuflado

Acontece quando uma propaganda de marketing sobre determinado produto ou serviço deixa de informar as pessoas sobre os reais impactos da atividade.  A ação camufla a consequência para o meio ambiente, escondendo como o processo da cadeia produtiva agride e gera um custo alto para o mundo.

Menções sem provas

São as declarações sem prova de veracidade. Ou seja, quando uma empresa cita um certo teor de material reciclado, mas sem o respaldo de um órgão de controle.

Troca oculta

São as declarações sem prova de veracidade. Ou seja, quando uma empresa cita um certo teor de material reciclado, mas sem o respaldo de um órgão de controle.

Imprecisão na comunicação

A empresa faz uma comunicação vaga, com mensagens do tipo “produto eco-friendly”, “sustentável”, mas não mostra nenhuma informação que explica o motivo dos produtos ou serviços receberem esses rótulos.

Informação irrelevante

Ocorre quando exaltam práticas que são obrigatórias. Um exemplo muito comum são as etiquetas de não utilização do CFC (clorofluorcarbono ou Freon), um gás proibido por lei. 

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Mentira

Alguns rótulos marcam as embalagens como recicláveis, quando, na verdade, não são. Outros levam selos ambientais falsificados ou vencidos, e essa prática pode ser checada junto aos órgãos que emitem a certificação. 

Segmentação oportunista

Quando a empresa explora uma linha de produtos ambientalmente responsável, mas não retira da prateleira outros nichos que agridem o meio ambiente. “Acredito que o Brasil está caminhando para intensificar as penalidades a quem comete essas práticas”, diz Luciana.

De acordo com a executiva, uma investigação feita em 2021 pela European Commission (EC) avaliou 344 alegações aparentemente duvidosas. Em mais da metade dos casos, as empresas simplesmente não forneceram orientações suficientes sobre seus produtos para que os consumidores pudessem validar a exatidão das informações.

 

“Nomes de empresas que vem cometendo práticas de greenwashing já estão sendo divulgados. É importante saber que estar em uma lista negativa como essa pode ser um caminho sem volta para os negócios”, reforça.

Na contramão do greenwashing, há mais de 15 anos a JLL vem construindo sua jornada de sustentabilidade, apoiando clientes quanto ao desenho de estratégias e planos de implementação que os ajudem a atingir suas metas ambientais. Como conta Luciana, a transparência sempre fez parte do DNA da empresa.

“Recomendamos que nossos clientes tomem como ponto de partida um planejamento estratégico para definição das principais metas de sustentabilidade, alinhado à dinâmica dos negócios e aos impactos gerados. Mas só isso não é o bastante. Mais importante do que colocar este plano em prática, é preciso garantir que sejam definidas métricas e indicadores que permitam avaliar o progresso do programa, de forma a assegurar que as metas assumidas sejam alcançadas com base no ano-alvo adotado”, explica.

A JLL assumiu o compromisso de zerar as suas emissões de carbono até 2040, dez anos antes do acordo de Paris, através de metas baseadas na ciência (science based targets). Para manter a transparência de suas iniciativas, anualmente a empresa publica um relatório global de sustentabilidade com informações detalhadas de status e progressos.

“Nossos estudos apontaram que a maior parte das emissões vem dos ativos que gerenciamos e, para alcançar grande parte de nossa meta, precisamos ajudar nossos clientes a desenhar e implementar ações sustentáveis nas suas operações. Neste sentido, nosso comprometimento torna-se ainda mais genuíno, pois de alguma maneira os objetivos se entrelaçam, fazendo com que nossa responsabilidade seja ainda maior com a entrega esperada, completa a diretora de Sustentabilidade da JLL. 

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