Reportagem

Mercado livre de energia é oportunidade de economia e sustentabilidade

A livre concorrência reduz custos, e o direito de escolher o fornecedor permite a compra de energia renovável; saiba como funciona.

05 de Julho de 2023
Autores:
  • Agência Tecere

O mercado livre de energia é um ambiente de contratação competitivo no qual os consumidores podem escolher os fornecedores. A concorrência faz com que as tarifas sejam mais baixas, e há ainda outra vantagem: a possibilidade de comprar energia renovável e contribuir para metas ESG. 

“Redução de custos e sustentabilidade podem, sim, andar de mãos dadas. É importante promover essa mudança de mentalidade”, diz Luciana Arouca, diretora de Sustentabilidade da JLL. 

Apesar de existir há mais de duas décadas no Brasil, o mercado livre de energia ainda é restrito aos grandes consumidores, aqueles com demanda mínima de 500 kW – principalmente indústrias. São apenas 31 mil unidades consumidoras, o equivalente a 0,03% do total de 89 milhões de unidades consumidoras de energia no país (cada unidade consumidora equivale a um medidor de energia). 

Embora limitado a uma minoria, o mercado livre de energia possibilita economia expressiva. Em 2022, foram economizados R$ 41 bilhões pelos consumidores livres em seus gastos com energia elétrica. Os preços no mercado livre foram, em média, 49% menores no ano passado em relação ao preço médio praticado no mercado cativo. Os dados são da Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia).

A boa notícia é que esses números tendem a crescer, pois, a partir de 2024, todos os consumidores de energia em alta tensão estarão autorizados a participar do mercado livre. Esse grupo é composto por 106 mil consumidores, com faturas mensais acima de R$ 10 mil. São hotéis, hospitais, escolas, condomínios, entre outros. O avanço na legislação é fundamental para ampliar o acesso dos consumidores aos benefícios do mercado livre de energia.

“Um regulatório firme e transparente dá apoio para fazer escolhas de forma segura. Certamente, vai ser um grande passo poder escolher de quem comprar, com a promessa de economia no final do mês”, destaca Luciana. 

O mercado livre de energia é o tema do podcast “ESG com Luciana Arouca #05”, que você pode ouvir clicando aqui.
 

Mercado livre tem desconto garantido

O mercado livre de energia tem desconto garantido, desde que sejam seguidas algumas práticas, por isso, pode ser complexo de operar. Quem explica é Joana Waldburger, diretora executiva da TYR Energia, empresa especializada parceira da JLL que apoia os clientes na migração para o mercado livre e na gestão dos contratos.

“No mercado livre, você precisa indicar o quanto de energia precisa para a sua operação e há limite de flexibilidade para mais ou para menos. Se fere o limite, está exposto ao mercado e às variações no custo da energia. Isso pode confundir totalmente o que era a expectativa de economia no fim do mês”, explica Joana.

Existem diferentes produtos no mercado livre de energia, que variam em economia e em risco. Na proposta tradicional, de atacado, os clientes podem ter economia de 30% ou mais, mas em formato de risco, podendo não ter economia ou até pagar mais caro. E produtos de maior segurança, entre eles, o desconto garantido, praticado pela parceria entre TYR e JLL e por outras empresas. 

“Nesse modelo, o cliente contrata economia fixa, que pode chegar a até 27%. O risco fica com a empresa gestora, assim como os encargos setoriais para migração. É uma evolução do mercado a partir da necessidade de produtos mais assertivos e simples”, afirma Joana.

Incentivos para energia renovável

O atual regramento do setor beneficia, com tarifas ainda mais reduzidas, quem compra energia renovável. Porém, é importante destacar que nem toda energia comercializada no mercado livre é gerada a partir de fonte renovável.

“Para ter essa garantia, é importante se vincular às certificações específicas. Cada cliente define qual protocolo quer atender e buscamos o certificado mais adequado para sua meta”, pontua a especialista da TYR.

Joana defende a ampliação do mercado livre de energia para que mais consumidores tenham acesso aos benefícios que ele proporciona. 

“Energia elétrica não é uma pauta simples para o consumidor leigo. Pesquisas indicam essa complexidade. Os consumidores não se sentem satisfeitos com o que pagam na conta, com a transparência. Há muita dúvida. No ambiente livre, existe oferta de empresas com um produto especializado, mais econômico, mais transparente, com oferta de energia renovável, para que o cliente se sinta mais confiante para adentrar nesse mercado”, avalia.

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