O papel dos ocupantes como influenciadores de sustentabilidade
Cada vez mais, os inquilinos estão pressionando os proprietários a atender às iniciativas verdes.
Recentemente, uma grande instituição financeira revelou planos para uma nova sede global na cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos. Quando concluída, será a maior torre totalmente elétrica para reduzir as emissões operacionais a zero. Além disso, o empreendimento será totalmente alimentado por energia renovável proveniente de uma usina hidrelétrica.
Para garantir que o edifício continue a funcionar de forma sustentável, a tecnologia inteligente prevê e responde às necessidades de energia, cortinas solares e sistema de armazenamento e reutilização de água para reduzir o uso em 40%. Os desenvolvedores também reutilizaram 97% dos materiais de construção da demolição da antiga sede da empresa – excedendo o requisito de 75% do padrão líder de construção verde.
Mas o que esse exemplo quer dizer em relação ao mundo globalizado? Que as práticas de design sustentável são apenas um exemplo de como todos, de megacorporações a inquilinos de edifícios menores, estão trabalhando mais ativamente para garantir que o espaço que ocupam seja o mais sustentável possível. À medida que as regulamentações de sustentabilidade se aproximam e a pressão de consumidores, funcionários e investidores aumenta, os ocupantes estão assumindo um novo papel: de influenciadores.
A importância de consolidar ações sustentáveis
Ao contrário dos famosos produtores de conteúdos digitais, os influenciadores imobiliários comerciais não estão mobilizando seguidores ou aumentando o tráfego, mas aproveitando a sua influência para fazer com que os proprietários de edifícios intensifiquem as práticas de sustentabilidade.
Monique Vutla, diretora de Produtos de Estratégia de Sustentabilidade da JLL, diz que estamos começando a ver os ocupantes se posicionarem mais fortemente em relação ao tema. “Quando uma empresa apresenta a sustentabilidade como prioridade, mas não consegue transformá-la e colocá-la nos espaços que ocupa, envia uma mensagem conflitante e desconectada para consumidores e funcionários. Esses são os espaços onde eles se conectam com sua marca.”
Por causa disso, a executiva afirma que há uma mudança significativa acontecendo, com os ocupantes não apenas sugerindo que os proprietários pensem verde, mas exigindo isso. Vutla analisa que os inquilinos estão em busca de criar maior visibilidade e influência sobre a descarbonização e a redução de resíduos em seus portfólios.
“Os inquilinos estão pedindo aos proprietários que forneçam energia renovável, criem acesso a dados específicos de energia e resíduos dos ocupantes e acelerem os planos de eletrificação de edifícios, aumento da eficiência energética e desperdício zero”, comenta.
Ação além da regulamentação
A mesma curva de maturidade vista durante a transformação digital agora é esperada em torno da sustentabilidade, diz Vutla. “Estamos na fase em que a sustentabilidade é inovadora, cool e considerada premium e elite.”
Além das regulamentações pendentes, incluindo a exigência da SEC para que as empresas públicas divulguem suas emissões anuais de gases de efeito estufa (GEE), os esforços de sustentabilidade estão afetando o acesso de uma empresa ao capital e a capacidade de atrair talentos.
Por exemplo, digamos que uma empresa queira estabelecer um novo centro de distribuição e precise de milhões em capital. Vutla afirma que os investidores, cada vez mais, estão perguntando sobre compromissos de sustentabilidade e solicitando divulgações relacionadas ao clima para avaliar a viabilidade de seu investimento.
Além disso, ao atrair talentos, a futura força de trabalho está saindo da faculdade com foco na sustentabilidade. “O talento está olhando para o seu compromisso com a sustentabilidade e sua capacidade de progredir como um indicador da viabilidade do seu negócio”, explica Vutla. “Eles pensam: 'Se você não entender como se adaptar para o futuro e aproveitar as oportunidades de negócios nessa transformação, provavelmente será irrelevante muito rapidamente, e eu deveria pensar em trabalhar para outra pessoa que está adotando isso.'”
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