Reportagem

Retorno aos escritórios já é realidade e dá destaque à experiência do colaborador no espaço corporativo

Com a retomada do trabalho presencial, empresas contam até com profissionais de hospitalidade para receber bem seus funcionários.

30 de Junho de 2022
Autores:
  • Agência Tecere

Depois de mais de dois anos de pandemia, finalmente as empresas estão colocando em prática os planos de retorno ao trabalho presencial. É verdade que a variante ômicron da COVID-19 atrasou esse processo, pois acendeu o alerta no início de 2022, com o aumento do contágio. No entanto, a partir de março, com a redução das mortes e a flexibilização de regras como uso de máscara, muitas empresas se sentiram mais seguras para receber de volta seus colaboradores nos escritórios.

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“O cenário é variado, com algumas empresas voltando com força total, chegando a 70% de ocupação, outras mais conservadoras, com 50% ou menos, mas, de certa forma, existindo a obrigatoriedade da presença no escritório. Em corporações mais flexíveis, sem a imposição da política do trabalho presencial ou híbrido, ainda há alguma resistência dos colaboradores, que optam mais por trabalhar remotamente”, explica a diretora de Workplace & Change Management da JLL, Roberta Hodara. 

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Em qualquer dos casos, porém, um mesmo desafio se apresenta: tornar o escritório atraente para que os colaboradores vejam sentido em estar ali, segundo a especialista. “Em geral, as empresas têm estimulado que as pessoas voltem a trabalhar nos escritórios, mas ainda estão em busca de soluções para que esse espaço seja realmente atraente. Vejo que a maioria ainda não encontrou o equilíbrio entre convencer o funcionário de que ele deve voltar e mostrar que faz sentido que ele volte.”
 

Hospitalidade em alta no segmento corporativo

Com algumas empresas liberando os colaboradores da obrigatoriedade do uso da máscara nos escritórios, cresce neles a vontade dos encontros presenciais, já que muitos sentem falta da socialização. Ainda assim, o momento é de readaptação, de acordo com Roberta.  

“Vamos ter uma curva de aprendizado durante a reentrada. Os usuários estão mais exigentes, pois as pessoas estão priorizando a saúde, o bem-estar e o equilíbrio. Elas passam a olhar como o espaço de trabalho também pode oferecer isso. As empresas percebem esse desejo no dia a dia ou por meio de pesquisas, que foram ferramentas muito usadas durante a pandemia e acredito que vão continuar ajudando nessa busca”, analisa.

Como consequência, algumas empresas estão até apostando em profissionais de hospitalidade, o que não era comum, para focar especialmente na experiência do usuário do local de trabalho. “Se as empresas não olharem para isso de forma estruturada, perderão talentos”, pontua a executiva da JLL.

Experiência do usuário como diferencial

A experiência do usuário no espaço corporativo é um diferencial na hora de atraí-lo para a empresa. Na pandemia, os colaboradores entenderam que a maioria das tarefas pode ser executada remotamente e, por isso, é necessário ressignificar o trabalho presencial.

“A função do escritório mudou, não é mais ser um local de trabalho. É necessário incrementar esse espaço, promover a colaboração e a socialização, enfim, proporcionar experiências aos colaboradores, tornar o espaço corporativo um hub. A gente sabe que o lado financeiro tem um peso importante nas decisões das empresas, mas é necessário fazer essa conta fechar”, diz Roberta.

Ela afirma que corporações mais conservadoras ainda relutam em renunciar às tradicionais posições de trabalho, mas algumas já dão passos em direção a modelos mais modernos, com layouts diversificados, embora não tão focados em espaços para experiência.

Porém, promover uma experiência incompleta pode ser um tiro no pé. Limitar o número de pessoas no escritório, por exemplo, e obrigar a equipe presente a se reunir virtualmente com quem está no trabalho remoto não gera o convencimento necessário para fazer o colaborador querer sair de casa para o trabalho presencial. Ou seja, é necessário criar um propósito maior para esse deslocamento, gerando valor para o frequentador do espaço corporativo.

“As empresas têm consciência dessa necessidade de adaptação, mas algumas esbarram em questões culturais ou de orçamento, por isso, o foco tem sido na otimização de metros quadrados. As decisões devem ser tomadas considerando as novas necessidades dos colaboradores. É um novo caminho a percorrer, e há muitas oportunidades para inovar”, aponta a especialista da JLL.

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