Pontos de vista

Experiência vira diferencial também em edifícios corporativos

Essa é uma das estratégias do mercado imobiliário para lidar com o desafio de atrair as pessoas de volta e reocupar os escritórios.

Como atrair as pessoas de volta aos escritórios? Essa pergunta tem tirado o sono das empresas que adotam o trabalho presencial ou híbrido e também de proprietários de edifícios corporativos, que ainda sentem os efeitos da pandemia que forçou o home office e levou a entrega de áreas. A resposta para essa pergunta passa por vários aspectos e, definitivamente, o ambiente corporativo é um deles.

Nesse sentido, os empreendimentos comerciais podem ser parceiros das empresas em seus esforços de modernizar seus espaços para atrair seus talentos de volta. E a oferta de experiências e serviços nos edifícios comerciais é um grande diferencial não só para isso, mas também na atração de inquilinos e diminuição da vacância.

Enquanto em mercados mais desenvolvidos, como o norte-americano, isso já é uma realidade, no Brasil ainda é incipiente. Nos EUA, por exemplo, é comum que edifícios corporativos tenham um andar inteiro de área comum, com espaço para eventos ou outros tipos de uso que favoreçam a convivência entre os frequentadores – academia, quadra, café etc. É forte a cultura de promover experiências e o proprietário tem a visão clara de que isso contribui para o posicionamento do produto imobiliário e para diferenciá-lo no mercado. No Brasil, por outro lado, proprietários ainda são reticentes em dispor de áreas locáveis para outros fins.

Nos casos em que há elevada vacância, o primeiro questionamento que pode surgir é “Por que investir importâncias significativas se a ocupação está baixa?”. Já onde temos o ativo imobiliário praticamente 100% ocupado, o pensamento que pode surgir é “Por que vou converter área que me gera receita (aluguel) em área comum?”.

Ocorre que para ambos os casos existem boas provocações para refletirmos e é uma conta que pode ser muito atrativa para os proprietários. Acredito que hoje trata-se muito mais de uma questão cultural do que outra coisa e que o mercado tende a explorar de forma cada vez mais intensa.

O papel da administração

Nos EUA, inclusive, é frequente a figura de um profissional da administradora focado na experiência dos ocupantes, que fica na linha de frente do relacionamento com os inquilinos e usuários do edifício. É ele quem identifica as necessidades dos frequentadores do prédio, ouve suas demandas, propõe e organiza serviços e experiências inovadoras para encantar e atrair cada vez mais pessoas ao empreendimento. Ele personaliza o atendimento aos inquilinos e dá um rosto à administração, o que favorece o contato direto e agiliza a resolução de queixas e problemas.

Por que estou fazendo tantas comparações entre os EUA e a realidade brasileira? Porque estou passando uma temporada em Chicago, na matriz da JLL, para aprofundar os conhecimentos sobre o mercado internacional para poder levar novidades e avanços aos nossos serviços de gerenciamento de propriedades no Brasil. 

Vantagens de oferecer experiências nos edifícios corporativos

Afinal, quais são as vantagens de oferecer experiências nos edifícios corporativos? Eles tornam o local mais atraente, pois as pessoas sabem que vão poder resolver algum aspecto da vida, no caso da oferta de serviços, ou vão poder conhecer pessoas novas e, quem sabe, fazer novos negócios ao participar de eventos do condomínio.

Isso gera valor para os usuários e, portanto, agrega valor ao empreendimento. É uma forma de atrair e fidelizar ocupantes e possibilita até que se cobre mais pelo aluguel, dependendo das facilidades oferecidas, elevando a rentabilidade do ativo imobiliário. Tive contato com exemplos e experiências fantásticas nessa linha e acredito que, em breve, começaremos a ver cada vez mais no Brasil.

No caso de um mercado com alta vacância e alguns produtos similares, como o centro do Rio de Janeiro, é uma boa estratégia para se diferenciar da concorrência. E, mesmo em um mercado disputado, é uma forma de ampliar a rentabilidade.

O relatório JLL Global Flex Report (conteúdo em inglês) mostra que, até 2025, os imóveis que incorporam uma lista diversificada de comodidades terão uma demanda 12% maior de inquilinos em comparação com os que não o fazem.

Tecnologia dá suporte à experiência

A tecnologia tem papel essencial na promoção de uma boa experiência. Já existem aplicativos personalizados para edifícios, com facilidades para os usuários como reserva de espaços, liberação de visitantes, solicitação de concierge, abertura de chamados, entre outros.

Como uma empresa de tecnologia focada em soluções para o mercado imobiliário, a JLL está sempre atenta a ferramentas que possam aprimorar a experiência das pessoas, sejam ocupantes, usuários dos edifícios ou proprietários.

A tecnologia, inclusive, ajuda a quantificar a percepção de benefícios aos usuários ao monitorar indicadores de uso do espaço, por exemplo, e por meio da realização de pesquisas de satisfação.

Uma coisa é fato: a satisfação dos usuários é a maior preocupação das empresas atualmente em qualquer área de negócio e o mercado imobiliário não pode ignorar essa tendência. 

Quer saber mais? Entre em contato com o autor deste artigo:

Murillo Azevedo

Gerente de Planejamento, Gerenciamento de Propriedades