Staycation: nova tendência em viagens dá alento à hotelaria durante a pandemia
Hotéis se adaptam para atrair um novo perfil de público enquanto as restrições de circulação permanecem.
- Agência Tecere
Atravessando um período sem precedentes em decorrência da pandemia de COVID-19, a hotelaria precisou se reinventar para driblar a queda no número de hóspedes devido às restrições de circulação em todo o mundo. Os hotéis nas capitais foram os que mais sofreram com a suspensão de viagens de negócios e eventos corporativos. Mas, de olho no novo comportamento dos viajantes, logo se adaptaram para atrair outro perfil: pessoas que moram perto, na mesma cidade ou em um raio de até 300 km de distância, e que buscam opções de lazer e descanso. Essa tendência é chamada de staycation e tudo indica que deve permanecer.
“Com as restrições de viagens e o medo que muitas pessoas têm de pegar um avião e fazer maiores deslocamentos neste momento, hospedar-se num hotel mais próximo de casa, em alguns casos até na mesma cidade, passou a ser uma tendência global. Assim, a alternativa que os hotéis encontraram foi atrair esse hóspede com perfil staycation, que cansou da quarentena em casa e deseja mudar de ambiente, tirando alguns dias para se desligar um pouco do estresse diário”, afirma Pedro Freire, diretor na área de Valuation and Advisory Services (VAS) da JLL.
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Staycation traz novo público
O Palácio Tangará, em São Paulo, é um dos que aderiu à tendência do staycation e conseguiu bons resultados. No período em que ficou fechado, do final de março de 2020 até meados de setembro, o hotel fez adaptações para poder receber os hóspedes com segurança.
A primeira medida foi mudar os protocolos de higienização com uma consultoria do Hospital Israelita Albert Einstein. Também investiu na criação do maior restaurante ao ar livre em São Paulo, em entretenimento noturno, além de remodelar o serviço do chá da tarde e do brunch aos domingos e ampliar a recreação infantil para todos os dias da semana.
Vizinho ao parque Burle Marx, com uma natureza exuberante ao redor e com duas piscinas semi-olímpicas e spa, a infraestrutura atraiu um novo público durante a pandemia e o hotel conseguiu até melhorar alguns resultados, segundo Leandro Cássio, diretor de Vendas e Marketing do Palácio Tangará.
“Desde a reabertura, nós fomos surpreendidos com a adesão do público ao staycation. Passamos a receber mais famílias, que aumentaram sua estada por causa do trabalho remoto e do home schooling. Tivemos o melhor mês de janeiro desde a abertura, há três anos, e alavancamos a receita com uma performance melhor na diária média, pois se trata de um público mais exigente, disposto a pagar mais para ser bem atendido”, diz o executivo do hotel.
O Palácio Tangará, em São Paulo, aderiu ao staycation e atraiu um novo público, oferecendo uma série de espaços remodelados e atividades diversificadas.
Staycation é solução parcial
Para Pedro Freire, da JLL, a hotelaria reagiu rápido, na medida do possível. “Observamos que resorts e hotéis de lazer próximos aos grandes centros urbanos tiveram um desempenho interessante, mesmo estando com a capacidade de ocupação limitada. No caso dos hotéis urbanos, com instalações voltadas para o público de negócios, o staycation pode amenizar as perdas, mas não resolve todos os problemas. Além de descontos atrativos, é necessário que os hotéis sejam criativos e busquem alternativas adicionais que agreguem valor às hospedagens e atraiam o maior número possível de hóspedes”, pontua.
Ele cita a adaptação de áreas de evento e business centers para estações de trabalho para os hóspedes e a criação de pacotes promocionais e/ou temáticos para atrair o público. “Flexibilidade e criatividade são as palavras do momento. Assim como o Palácio Tangará incluiu a recreação infantil todos os dias da semana, outros hotéis mudaram suas regras e passaram a aceitar pets, por exemplo. Como muitas empresas estão estimulando o trabalho remoto, é possível atrair famílias com crianças, possibilitando que os pais trabalhem de uma maneira mais confortável, enquanto os pequenos desfrutam de momentos de lazer.”
No entanto, com a segunda onda de contaminações levando o país ao pior momento da pandemia e com a vacinação em fase inicial, ainda não é possível fazer previsões de recuperação para o setor.
“Muitos empreendimentos já estão operando no limite dos seus recursos, alguns utilizaram seu fundo de reserva para atravessar esse período e agora estão pedindo aporte aos investidores. Isso traz também uma preocupação para o futuro, com o envelhecimento dos empreendimentos, pois as reformas e atualizações previstas serão postergadas até que se consiga recuperar esses recursos”, afirma o executivo da JLL.
O hotel adota medidas de segurança em todos os seus espaços, com protocolos de higienização aprovados pelo Hospital Israelita Albert Einstein.
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