Reportagem

Como usar a tecnologia para detectar problemas invisíveis que custam caro

Sistemas inteligentes sinalizam aos gestores como cortar gastos que nem sempre são evidentes.

27 de Novembro de 2020

Existem problemas que são invisíveis até mesmo aos olhos dos mais atentos gestores. Alguns deles, aliás, geram gastos consideráveis, como a quebra inesperada de um equipamento. A boa notícia é que há sistemas inteligentes capazes de identificar – e até de prever – esses eventos e alertar os gestores antes que o pior aconteça. “Em manutenção, muito do que antes era só percepção humana pode ser substituído pela combinação de inteligência artificial e machine learning”, explica Luis Ronca, COO de Corporate Solutions da JLL na América Latina.

Sistemas inteligentes coletam dados de equipamentos e de espaços, examinam históricos, cruzam informações e avisam o que pode estar errado. “Analisando o passado e o presente, é possível até predizer o futuro. A tecnologia embarcada na operação dá aos gestores informações para tomar decisões baseadas em fatos e dados para realmente economizar recursos”, afirma Ronca.

Confira, a seguir, cinco problemas invisíveis que a tecnologia pode detectar na operação de instalações comerciais.

Desperdício de energia

Nas empresas que têm unidades em outras cidades ou países, o sistema consegue comparar dados entre edifícios semelhantes (como o valor da conta de energia elétrica) e informar se algum gasto está muito acima da média do portfólio. “O software cruza informações automaticamente, sem trabalho humano. Se a conta de energia de um edifício é muito mais cara do que a de outro que tem estrutura, ocupação e equipamentos semelhantes, o sistema gera esse questionamento e estimula o gestor a investigar o que está acontecendo”, afirma Ronca.

Gasto excessivo com manutenção reativa

O sistema é alimentado com todos os dados dos equipamentos da empresa, como fabricante, modelo, ano de fabricação e histórico de manutenção. De saída, informa as datas ideais para realizar a manutenção preventiva de cada um. Com o tempo, recebe novas informações captadas por sensores, chamados de serviço e dados da leitura de tags ou QR Codes feita pela equipe de manutenção. A partir daí, faz análises mais sofisticadas, como o momento mais vantajoso para partir para a troca. “Chega uma hora em que a curva da manutenção fica mais cara do que trocar a máquina”, aponta Ronca. “O sistema mostra quando ocorre o break even, o ponto em que trocar passa a ser menos custoso do que a manutenção. Assim a empresa pode reduzir o gasto com manutenção reativa e investir melhor seu dinheiro.” 

Quebra repentina de equipamentos

Os sensores são capazes de captar até mesmo o som que os equipamentos emitem, e o sistema interpreta essa informação para prever possíveis problemas. “Dependendo do som que faz um rolamento, o sistema vai avisar que aquele equipamento precisa ser trocado em tantos dias”, explica Ronca.

Os sensores também monitoram o desempenho das máquinas, dados que o sistema interpreta junto com os chamados de serviço para verificar se está acontecendo algo fora do normal. Se um elevador parar de funcionar com uma frequência 50% maior do que a de outro da mesma idade, por exemplo, o gestor é avisado dessa anomalia e pode agir antes que um problema maior (e mais custoso) aconteça.

Fornecedores ineficientes

A avaliação automática de fornecedores começa antes da contratação. O sistema recebe os documentos digitais dos provedores e faz uma análise automatizada para apontar se há problemas. No momento da contratação do fornecedor, verifica-se se está fazendo um bom serviço. “Nas preventivas, é possível identificar qual é o tempo que prestadores de serviço diferentes levam para exercer a mesma atividade”, diz Ronca.

O gestor também consegue visualizar quais fornecedores fizeram consertos que demandaram nova manutenção em pouco tempo e quais foram mais eficientes e duradouros. Além disso, quando o fornecedor chega e quando fecha o chamado, deve-se fazer um check-in ao lado do equipamento, lendo seu QR Code ou tag.

“Nosso sistema registra também se o profissional ficou muito menos tempo do que o normal para fazer um reparo. Ele precisa tirar uma foto do reparo e enviar uma pesquisa de satisfação ao cliente”, conta Ronca. “Se o serviço é malfeito e o provedor tem que regressar ao local de atendimento, o SLA não reseta, ocasionando um pior KPI e consequentemente perda de eficiência e dinheiro para o provedor, coisa que ninguém quer. Assim, o sistema estimula a correção da causa raiz no primeiro atendimento”, complementa.

Espaços ociosos

O uso dos espaços da empresa é avaliado com a ajuda de sensores que indicam quantas pessoas ocupam estações de trabalho, salas de reunião, copa e áreas sociais –e em quais horários. “O sistema avisa se tem alguma coisa fora do normal ou do previsto acontecendo naquele ponto, como uma aglomeração”, exemplifica Luis Ronca. “Também traz informações sobre o real uso do espaço para os gestores tomarem decisões. Se nenhuma pessoa se sentou nas cadeiras e sofás de um ambiente social em alguns meses, esse espaço pode ser mais bem utilizado pela empresa.”

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