O desafio das empresas para obter mão de obra especializada em data center
Cada vez mais, a realidade aumentada tem sido utilizada para treinar colaboradores.
Um mundo cada vez mais digital está exigindo mais armazenamento de dados, confiabilidade de rede e correções rápidas de bugs. Quando erros são cometidos e interrupções ocorrem, os impactos são imediatos e refletem diretamente tanto nos negócios das empresas quanto na vida das pessoas ao redor do mundo.
Um exemplo das interrupções de grandes operações aconteceu quando a Fastly, uma empresa de entrega de conteúdo, ficou offline em 8 de junho de 2021 e as pessoas não conseguiram acessar o The New York Times, Reddit e outros websites populares em todo o mundo. Até o futuros de ações da bolsa dos EUA ficou temporariamente fora do ar.
Devido à crescente demanda por armazenamento em nuvem e como seu funcionamento afeta profundamente a vida diária das pessoas, a construção de data center está crescendo em todo o mundo e as aquisições estão aumentando. Ao mesmo tempo, as empresas tem sofrido com uma escassez global de funcionários qualificados que administram facilities de data center e com a competitividade do mercado, que tem empresas pagando altos salários para atrair a equipe de gestão de concorrentes.
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Metade das operadoras de data center pesquisadas pelo Uptime Institute em 2020 relata que estavam enfrentando dificuldades para encontrar candidatos para posições abertas, ante 38% em 2018. Os data centers precisarão contratar mais 300.000 funcionários até 2025, de acordo com o relatório do Uptime Institute, que confirma: “a falta de pessoas especializadas será uma preocupação crescente para todos os tipos de data centers, desde os crescentes hyperscale até pequenas instalações de empresas privadas”.
Embora a escassez tenha sido intensificada pelas transformações digitais durante a pandemia, a verdadeira questão está no alto volume de funcionários dedicados à gestão de facilities atingindo a idade de aposentadoria, com uma onda adicional prevista para se aposentar nos próximos anos, diz Bryon Price, diretor global de Treinamento Técnico da JLL. Enquanto isso, as gerações mais jovens recebem menos educação sobre negócios e são menos propensas a aceitar empregos em áreas afastadas, onde normalmente os hyperscale centers estão localizados.
A solução, dizem os especialistas, é um esforço de treinamento massivo para trazer novos trabalhadores para o campo em funções de alta demanda, como técnicos, analistas de sistemas de energia, especialistas em controle e gerentes de robótica.
“A escassez é terrível e os níveis de estresse dos operadores de data center são altos”, diz Price. “Recentemente, um cliente entrou em contato na tentativa de ter uma noção das faixas salariais regionais para engenheiros, porque sua equipe está sendo abordada por co-locators. É exatamente por isso que desenvolvemos um programa de treinamento para capacitar novos trabalhadores qualificados nesse ramo e estamos fazendo parcerias com escolas e universidades para trazer mais pessoas para a área”, completa.
O custo da escassez
Quando pessoas experientes e qualificadas deixam uma organização, aumenta o nível de dificuldade para executar as operações, analisa Duy Tu, gerente de Operações e Engenharia de Facilities da Intel. Pode levar muitos meses ou mesmo anos para um indivíduo experiente e bem informado “aprender os sistemas de um ambiente crítico devido à complexidade dos controles, redundância e recursos de backup”, afirma.
“Esse conhecimento e compreensão são aprimorados ao longo de muitos anos resolvendo os problemas de Facility Management”, explica Tu. “Quando essa pessoa experiente vai embora, geralmente deixa uma enorme lacuna nas capacidades operacionais e expõe a organização a riscos de confiabilidade.”
Cabe a qualquer organização identificar esse conjunto de habilidades críticas e os indivíduos que os possuem, compensá-los de forma justa e criar um ambiente de trabalho no qual eles querem ficar. “O custo de manter esses indivíduos é muito menor do que o custo de perdê-los”, finaliza Tu.
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Treinamento e realidade aumentada
Embora as posições em data center geralmente exijam um alto nível de educação como pré-requisito, nem todas as funções realmente exigem tais qualificações formais, informa Price.
No entanto, a contratação de funcionários inexperientes pode levar a erros que tirem a nuvem do ar. Por esse motivo, as empresas estão investindo em programas de treinamento. O estudo Uptime descobriu que, globalmente, os maiores empregadores estão investindo em mais treinamento e educação, não apenas através de programas internos, mas também trabalhando com universidades e escolas técnicas.
Pensando exclusivamente na capacitação e no treinamento de forma inovadora, surge uma possibilidade: Realidade Aumentada (AR).
“Criei um programa de treinamento personalizado usando óculos de AR”, diz Price. “Isso me permite proporcionar experiência prática sem realmente trazê-los para a instalação onde seus erros têm maiores consequências, e também orientá-los dentro da própria instalação. É difícil pressionar o botão errado quando você tem uma seta apontando para o próximo passo - e eu posso facilmente desenhar essa seta ao vivo com a pessoa que está usando AR.”
Outra questão a ser trabalhada é um recrutamento mais diversificado. As mulheres representam menos de 5% da equipe geral do data center, de acordo com o relatório Uptime, que também descobriu que apenas um em cada quatro data centers tem programas para recrutar mais mulheres.
“Programas de treinamento que recrutam um grupo diversificado de trabalhadores são o único caminho a seguir”, explica Price. “O treinamento desses trabalhadores qualificados diminuirá o pedágio na equipe atual de gestão de facilities e reduzirá erros que levam a paralisações.”
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