Brazil GRI 2021: otimismo em compasso de espera no setor imobiliário
Times da JLL de Projetos e Obras, Valuation and Advisory Services, Capital Markets e Gerenciamento de Propriedades, além da Tétris, participaram do evento que analisou o cenário atual e debateu perspectivas para o mercado.
Consolidado como o evento mais esperado do ano no setor de real estate, o Brazil GRI 2021 foi realizado em São Paulo, entre os dias 14 e 15 de outubro, com a reunião de um seleto grupo de investidores, incorporadoras, gestores e lideranças, entre outros players. Com uma série de painéis e debates, foi possível compreender diferentes visões para promovermos um balanço do atual cenário do mercado e já traçar as principais perspectivas para 2022.
O primeiro ponto a se destacar é a condição atual do mercado imobiliário como um todo. Alguns fatores seguem impactando diretamente o setor, como o desarranjo da cadeia de fornecimento (supply chain), a “questão China” a partir do aumento ou da redução da demanda e a inflação, que se estende além do esperado. Ao mesmo tempo, o que vemos é uma forte demanda dos segmentos logístico e residencial, que, somada à retomada dos shopping centers aos níveis pré-pandemia, traz índices animadores.
No segmento de escritórios, está claro que o modelo híbrido é uma realidade e veio para ficar. Afinal, hoje podemos trabalhar de qualquer lugar. As demandas têm passado a ser baseadas, sobretudo, nas pessoas, ou seja, os colaboradores realmente estão cada vez mais no centro das atenções. Dessa forma, o escritório foi ressignificado para um local que deve transmitir felicidade, com um ambiente saudável e produtivo, e bem-estar.
Cada vez mais, há a necessidade de espaços não apenas flexíveis, mas também descentralizados. O deslocamento sempre foi uma questão a se levar em consideração e, hoje, estão claras as possibilidades de uso de escritório nos bairros mais residenciais, nos hotéis, nos aeroportos, nos cafés. Nesse cenário, o broker terá mais um desafio ainda maior, porque a realidade agora é outra.
Na carona dessas novas demandas está a mudança de comportamento. A utilização de plataformas digitais para a compra de produtos básicos aumentou consideravelmente durante a pandemia e esse efeito, em breve, deve começar a impactar mais fortemente o mercado imobiliário. No ano passado, por exemplo, a maioria das compras de moradias foi feita após apenas uma visita. As novas gerações impõem um novo modelo, completamente diferente do tradicional, ao adquirir propriedades online, algo que até pouco tempo parecia inviável.
Hoje, é inimaginável uma empresa que não tenha o foco completo na tecnologia como forma de transformar a sua atuação. Automatizar processos e integrar sistemas desenvolvendo mecanismos inteligentes já não são diferenciais, mas itens básicos de uma lista de ações que precisa levar em consideração o mundo transformado em que estamos, principalmente com as tendências aceleradas pela pandemia de COVID-19.
O ganho em escala por meio da tecnologia e suas plataformas, o aumento da conectividade e do big data apresentam oportunidades de desenvolvimento dos negócios, claro, mas por que também não podem trazer ganhos sustentáveis? Esse é mais um ponto fundamental para discutirmos atualmente, de que forma a sustentabilidade se conecta com o mercado não apenas como um acessório, mas como um item fundamental da lista. Cada vez mais, o conjunto de informação de base tecnológica pode, por exemplo, acelerar e viabilizar as metas das empresas com a descarbonização e melhorar a eficiência energética dos edifícios e das cidades.
O mercado imobiliário mudou e seguirá mudando. Cabe a nós não apenas acompanhar, mas nos antecipar para poder, assim, moldar o futuro por um mundo melhor.