Reportagem

Como estruturar o escritório para o modelo de trabalho híbrido

Formato é apontado como o preferido dos profissionais, mas empresas ainda patinam ao desenhar políticas e regras.

06 de Outubro de 2021

Antes apontado apenas como uma tendência para o futuro, o trabalho híbrido já é uma realidade em grande parte das empresas, principalmente a partir dos efeitos da pandemia de COVID-19, que deu luz ao quanto é possível desempenhar também de outros locais.

A pesquisa “O Futuro do Trabalho no Brasil”, realizada pelo Google Workspace, aponta que 44% dos 900 entrevistados já trabalham em companhias que adotam o modelo híbrido como o seu principal formato, seguido de 29% de trabalho presencial e 27% remoto. Ainda assim, não é errado dizer que o trabalho híbrido está em “fase experimental”, com testes e projetos pilotos sendo realizados para entender qual a melhor dinâmica em busca da maior produtividade. 

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Segundo Roberta Hodara, especialista em Workplace e Change Management da JLL, antes de fazer investimentos de longo prazo em novas estratégias e espaços de trabalho, o ideal é que as empresas tenham dados em mãos para tomar decisões mais assertivas.

“Nessa fase de testes, a empresa pode contar com a tecnologia para acompanhar, por exemplo, as taxas de ocupação e os modos de uso dos espaços, conhecendo melhor quais são as preferências e as necessidades dos colaboradores”, explica.

Antes da definição de qualquer projeto, o estudo preliminar ajuda a identificar claramente as diversas personas e comportamentos que definirão a experiência do funcionário em programas de trabalho híbrido. Persona pode ser definido como um perfil de comportamento que é único para um grupo particular de colaboradores como, por exemplo, “centrado no escritório”, no caso daqueles que desejam passar mais tempo no ambiente corporativo do que atuando remotamente.

Depois de obter uma compreensão das diversas personas do local de trabalho, as empresas podem começar a desenvolver mapas da jornada dos funcionários, que destacam como esses grupos de funcionários se comportarão nos diferentes ambientes dentro de suas programações de atividades diárias, semanais e mensais. Este processo ajuda a identificar as lacunas e os elementos que podem precisar ser adicionados, reduzidos, modificados e refinados para a expansão do programa de trabalho híbrido em escala.

Com a análise de lacunas concluída, a empresa pode avaliar a melhor forma de organizar e inserir elementos inovadores no design do espaço de trabalho para equipes híbridas. Isso pode incluir zonas silenciosas, que são locais para concentração e atenção plena; salas de reuniões digitais, que possibilitam colaboração entre funcionários presentes e membros remotos do time; áreas de colaboração abertas e espaços de socialização com comodidades, como serviços de alimentação e academia.

De acordo com a especialista da JLL, desenhar a política de trabalho híbrido ainda é um desafio para os negócios no Brasil. “Muitas empresas acreditam que deve ser obrigatória a presença do funcionário no escritório e limitam o trabalho remoto a uma ou duas vezes por semana, sem dar liberdade de escolha ao profissional. É uma questão cultural que, pouco a pouco, tende a mudar”, afirma Roberta.

É importante lembrar que o resultado desses novos formatos não precisa ser, necessariamente, o sucesso ou o fracasso e, sim, o aprendizado gerado a partir dos dados e das experimentações ao longo do processo. As organizações que mudarem para uma mentalidade de aprendizagem e flexibilidade acharão a transição para o híbrido mais fácil.

Esse é um dos caminhos, inclusive, para a atração e retenção de talentos. Essa é outra conclusão da pesquisa do Google Workspace sobre “O Futuro do Trabalho no Brasil”: os jovens são os que mais sugerem o modelo de trabalho híbrido como o ideal para o pós-pandemia, com 76% de adesão entre os entrevistados de 18 a 21 anos, muitas vezes ingressando no mercado de trabalho.

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