Reportagem

Mesmo com trabalho híbrido, impor agenda de frequência ao escritório pode não ser eficiente

Modelo que mistura trabalho presencial com remoto deve dar liberdade de escolha para agradar diferentes perfis de funcionários.

10 de Junho de 2021
Autores:
  • Agência Tecere

Depois de mais de um ano trabalhando de casa por causa da pandemia, as empresas já perceberam que existem dois perfis bem definidos de funcionários: aqueles que, por algum motivo, não gostaram do trabalho remoto e estão ansiosos para voltar ao escritório, e aqueles que adoraram a experiência e não se veem mais frequentando o espaço corporativo cinco dias por semana. Neste cenário, o modelo de trabalho híbrido, que vem sendo cogitado pela maioria das empresas, parece o ideal, já que contempla ambos os perfis, intercalando dias de trabalho presencial com o remoto. 

Entretanto, para que a estratégia funcione e agrade realmente aos dois públicos, é importante que ela venha acompanhada de liberdade de escolha para o colaborador, alerta Roberta Hodara, especialista em Workplace e Change Management da JLL.  

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“Tenho observado que muitas empresas estão impondo uma agenda com dias determinados de trabalho presencial e remoto. Essa é uma dinâmica conservadora. O ideal é que o funcionário tenha liberdade total para usufruir dos benefícios do modelo híbrido”, afirma.

Ela lembra que, por mais que o empregado se planeje para deixar as atividades que exigem mais concentração para o home office, por exemplo, podem surgir necessidades inesperadas de interação que demandem a presença no escritório de um dia para o outro, sem a possibilidade de se planejar a longo prazo. “Esse descompasso gera um desgaste no colaborador e pode prejudicar a produtividade se afetar o fluxo de trabalho.”

Em algumas empresas, o modelo de trabalho híbrido surge como solução para a diminuição do tamanho do escritório e a consequente redução no número de posições de trabalho - o que é um erro, segundo a especialista. A escolha pelo trabalho remoto deve se dar pelos motivos certos, como aumento da qualidade de vida e da produtividade, e não por falta de espaço. 

O desafio na gestão do trabalho híbrido

Há uma dúvida comum nas organizações: dando liberdade total para que os funcionários decidam quando irão ao escritório, como fazer a gestão do espaço e de sua ocupação? A resposta é: com apoio da tecnologia.

Aplicativos para consultar a disponibilidade e fazer reservas de salas ou mesas, sensores para monitorar o uso dos espaços e o fluxo de pessoas, biometria e outras formas de automatização para facilitar o acesso - tudo isso fará parte dos espaços corporativos após a pandemia. 

“Há um desconforto quando os funcionários percebem que têm acesso limitado ao escritório. Muitos ficam com dúvidas se vão poder trocar o dia com o colega, por exemplo. Neste momento em que a gente precisa de flexibilidade por tantos motivos, é contraditório oferecer mobilidade no trabalho e, ao mesmo tempo, impor uma agenda que regula a frequência das pessoas”, aponta Roberta. 

Change Management contribui para a transição

A transição para o modelo de trabalho híbrido, mais do que uma mudança de local de trabalho, é também uma mudança de mindset, que exige adaptações em inúmeros aspectos: comunicação entre gestores e colaboradores, RH e oferta de infraestrutura e benefícios, jurídico e questões contratuais, tecnologia e segurança da informação e assim por diante.

Ou seja, não é uma transformação simples. Por isso, contar com o apoio de um especialista em Change Management pode fazer a diferença na adesão das pessoas a este processo, fazendo com que seja mais ágil e menos “doloroso” para os envolvidos.

“Quando a gente envolve os colaboradores nas decisões que a empresa está tomando, principalmente em relação a mudanças que os afetam diretamente, eles tendem a se acalmar, a ter um entendimento mais claro e a ficarem mais abertos. Dar voz aos funcionários em processos em que eles serão atingidos traz engajamento e reduz a resistência”, indica Roberta Hodara.  

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