Reportagem

Cinco tendências que moldaram o setor imobiliário em 2022

Novos jeitos de trabalhar, consumir e viajar impactaram o mercado em vários segmentos.

22 de Dezembro de 2022
Autores:
  • Agência Tecere

Os últimos anos mudaram a forma de ocupar os espaços, seja o ambiente corporativo ou a intimidade do lar. Não há como negar que a pandemia trouxe transformações profundas nos hábitos e costumes. Pessoas e empresas precisaram se adaptar a uma nova realidade e algumas dessas mudanças devem permanecer por um tempo.

A seguir, veja cinco movimentos principais que marcaram o mercado imobiliário e os investimentos no segmento de escritóriosgalpões e hotelaria.

1.Trabalho híbrido traz novo papel aos escritórios

Com o arrefecimento da pandemia, muitas empresas voltaram ao trabalho presencial ao longo de 2022, mas o que predominou e se consolidou foi o modelo de trabalho híbrido, que intercala dias de trabalho remoto com dias no escritório. Dessa forma, para atrair as pessoas de volta ao espaço corporativo, foi necessário ressignificá-lo.

“A função do escritório mudou, não é mais ser um local de trabalho. É necessário incrementar esse espaço, promover a colaboração e a socialização, enfim, proporcionar experiências aos colaboradores, tornar o espaço corporativo um hub”, diz Roberta Hodara, diretora de Workplace & Change Management da JLL.

Este é o mundo ideal, mas que nem todas as empresas conseguiram ainda alcançar.

“As empresas têm consciência dessa necessidade de adaptação, mas algumas esbarram em questões culturais ou de orçamento, por isso, o foco tem sido na otimização de metros quadrados. As decisões devem ser tomadas considerando as novas necessidades dos colaboradores. É um novo caminho a percorrer, e há muitas oportunidades para inovar”, aponta a especialista da JLL.

2.Sustentabilidade vira estratégia de negócio

2022 foi o ano da COP-27 (27ª Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas), que reuniu lideranças globais para discutir maneiras de frear as mudanças climáticas. Uma coisa ficou clara após o evento: o ambiente construído ainda tem muito trabalho a fazer para contribuir para um futuro de carbono zero.

Luciana Arouca, diretora de Sustentabilidade da JLL, afirma que uma proposta de ESG sólida pode ajudar a garantir o sucesso e a valorização da empresa a longo prazo, pois se trata de um melhor gerenciamento de riscos.

“Atuar em ESG de forma proativa tem se tornado uma pauta cada vez mais urgente hoje em dia, porque engloba um compromisso muito maior de stakeholders com clientes, funcionários, fornecedores, comunidade e acionistas. Não à toa, o investimento em ESG apresenta um crescimento meteórico nos últimos anos. O mercado fala em US$ 30 trilhões, um crescimento de 68% desde 2014”, explica. 

3.Tecnologia como aliada da gestão

É cada vez maior a adoção de novas tecnologias no mercado imobiliário. São ferramentas que ajudam a trazer mais eficiência e transparência aos processos, com ganhos significativos de produtividade e sustentabilidade. A JLL Technologies, integradora de softwares para o mercado imobiliário, trabalha com as principais soluções do mercado, desenvolve as suas próprias e ainda integra tudo isso ao ambiente tecnológico do cliente.

“As tecnologias que desenvolvemos partem das seguintes premissas:  aumentar a confiança, a transparência e ajudar nossa equipe a ter mais eficiência. Além disso, buscamos levar a cultura de sustentabilidade da JLL aos nossos clientes”, resume Vinicius Santos, Gerente de Tecnologia da JLL Technologies.  

4.Movimentação intensa no setor de galpões

Depois da forte expansão durante o período de isolamento social na pandemia, o e-commerce vive agora um momento de consolidação de suas operações logísticas. Isso afeta o mercado de galpões em regiões fora dos eixos principais, que passam a ser consideradas, seja pela saturação ou pelo alto custo das localidades mais buscadas, seja por questões estratégicas de logística e distribuição.

“Em geral, os lugares com mais potencial para se desenvolver são os de fácil acesso ao eixo Rio-São Paulo e com facilidade de escoamento para o interior do Brasil”, pontua André Romano, gerente de Industrial, Logística e Data Center da JLL.

Além disso, segue a demanda por regiões mais próximas dos centros urbanos e espaços menores nas cidades para agilizar as entregas. O mercado de last mile está se desenvolvendo a todo vapor, com players se especializando nesse tipo de oferta, com galpões modernos e modulares.

5.Profissionalização das acomodações alternativas 

O segmento de acomodações alternativas, capitaneado pelo Airbnb, venceu as pressões da hotelaria tradicional, que o via como um concorrente desleal, e se consolidou na preferência dos viajantes. O impacto causado pela pandemia aproximou estes dois segmentos, que, afinal, possuem mais semelhanças do que diferenças.

“A hotelaria é uma indústria que precisa de inovação constante, mais do que outros segmentos. Quem não inova perde hóspedes. As grandes operadoras perceberam que não dá pra lutar contra, por isso estão apostando no ramo de acomodações alternativas, adquirindo marcas existentes ou reinventando seu portfólio”, explica Juliana Carbonari, gerente de Negócios de Valuation and Advisory Sevices da JLL.  

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