A importância da área de Facilities no cenário pós-pandemia

Com a pandemia de COVID-19 impactando todo o mundo e os mais diversos segmentos, tendências acabaram aceleradas, modelos de trabalho foram adaptados e os cuidados com a saúde e a segurança aumentaram, principalmente no que diz respeito ao retorno gradual dos funcionários aos espaços corporativos. Em meio ao cenário de exceção, quem ganhou ainda mais destaque foi a área de Gerenciamento de Facilities.

Responsável por gerenciar os espaços corporativos para garantir funcionalidade, conforto e segurança, integrando processos, pessoas e soluções tecnológicas, IFM (Integrated Facility Management) esteve na linha de frente durante os meses de pandemia. Desde a organização dos espaços até a adaptação para respeitar orientações de distanciamento e segurança, a área recebeu atenção especial de empresas e investidores do mercado imobiliário.

“Faz muito tempo que Facilities deixou de ser vista com obrigações como cuidar da limpeza e insumos de higiene. Hoje, existe um entendimento maior que IFM é um parceiro estratégico para auxiliar nas decisões da empresa, um investimento. Nossa responsabilidade é consolidar um ambiente inovador e saudável para os ocupantes”, explica Lívia Lourenço, gestora de Facilities da JLL e diretora executiva da ABRAFAC (Associação Brasileira de Facilities) no triênio 2021-2023. 

“A pandemia colocou a área em destaque, saindo dos bastidores e tornando-se protagonista em todos os setores da indústria. Temos uma grande responsabilidade de manter os locais seguros e adaptados com protocolos eficientes de segurança, mantendo a sinergia com os fornecedores de produtos e serviços oferecidos para garantir que as equipes estejam treinadas e cientes dos novos processos”, completa.

Na JLL desde 2011, Lívia Lourenço é responsável pela coordenação de IFM no contrato Bunge e embaixadora do IFM Community Brasil, com uma série de reconhecimentos e experiência na participação de grupos específicos sobre a atuação da área. Agora, fazendo parte do Conselho de Administração da ABRAFAC durante o triênio 2021-23, com a responsabilidade de atuar pela valorização do profissional de Facilities, Lívia tem o objetivo de ajudá-los em um cenário peculiar.

“O profissional de FM não parou durante a pandemia. Fomos responsáveis por auxiliar a desocupação dos escritórios, entregas de kits, acionar a desinfecção dos ambientes em locais de casos confirmados, revisar todos os protocolos a quatro mãos, adaptar os espaços, atuar com a comunicação visual, dar suporte, revisar os contratos, adaptar todos os serviços presenciais, auxiliar em treinamentos e garantir o mínimo impacto nos negócios das empresas”, comenta.

A transformação digital e o crescimento de soluções tecnológicas para auxiliar todas as áreas de negócio foram tendências aceleradas a partir da COVID-19. Cada vez mais, a integração de processos e a possibilidade de tomar ações em tempo real são importantes para as empresas e para os profissionais de Facility Management, que conseguem ser ágeis na busca por resoluções estratégicas.

“A tecnologia contribui em dois grandes pontos: a experiência do usuário e a continuidade do negócio. Soluções digitais ajudam a agir de maneira mais eficiente e permitem antecipar um possível problema, tornando a gestão mais estratégica. Hoje, existe a opção de seguir o protocolo de segurança usando a tecnologia, controlando o acesso por meio de face ID, leitura de temperatura, controles de workstation e salas de reunião, abertura de portas, acionamento de fornecedores, entre outras novidades”, resume Lívia Lourenço.  

Uma das grandes conquistas recentes de FM foi a norma ISO 41.001, que tem por objetivo específico os requisitos para executar as atividades de Facility Management alinhadas com as melhores práticas internacionais. Desde 2017, é trabalhada a tradução do documento, que promoverá um reconhecimento ainda maior para os profissionais da área.

“O setor de FM cresceu muito nos últimos anos e é necessário que se fale a mesma língua. A tradução da norma foi uma enorme conquista para a melhoria da qualidade de vida das pessoas, com ambientes seguros e que não haja impacto nos negócios. No Brasil, é um tema novo, pois a norma trata especificamente da gestão de Facilities, com a padronização da nomenclatura e definição do escopo de trabalho”, diz Lívia.

“Com a norma, será possível ampliar os limites da área e dos profissionais, reconhecendo e valorizando cada vez mais o mercado, principalmente quando pensamos em um cenário pós-pandemia, que o setor terá de se consolidar”, finaliza.