Cinco perguntas importantes sobre o mercado imobiliário para 2022
De acordo com os nossos especialistas, as respostas estão, em grande parte, relacionadas à esperança de uma ampla recuperação econômica.
Da velocidade com que os locais de trabalho estão mudando à possibilidade de mais rupturas no mercado, espera-se que 2022 seja mais um ano de transformação, com as principais tendências que moldam o setor imobiliário global influenciando as decisões ao longo do ano. No entanto, avaliar quais mudanças provocadas pela pandemia permanecerão e quais são temporárias continua sendo um desafio.
Em meio a uma série de perguntas sobre o que está previsto para 2022, listamos cinco temas que os especialistas da JLL ao redor do mundo acreditam que terão um papel fundamental na forma como o mercado avançará no pós-pandemia.
1. Para onde vão os investimentos?
Em 2021, os investidores buscaram se concentrar em setores que ofereceram maior resiliência desde o início da pandemia. Residencial, life sciences, data centers e logística foram os principais destaques, sendo que este último representou 23% do investimento no mercado imobiliário global no ano passado, a maior alta de todos os tempos, de acordo com o relatório Global Real Estate Perspective, da JLL (conteúdo em inglês).
Em 2022, espera-se que esses setores continuem atraindo demanda, embora os investidores comecem a reconsiderar os setores mais tradicionais, como escritórios e varejo, que estão sendo vistos com bons olhos e preparados para se recuperar após dois anos difíceis decorrentes da pandemia.
"A convicção está sendo construída para setores atrasados na atual recuperação e beneficiará cada vez mais os segmentos de escritórios, varejo e hotéis em 2022", diz Sean Coghlan, diretor Global de Pesquisa de Capital Markets da JLL. "Ativos de alta qualidade e de menor risco são os que mais se beneficiaram até agora."
Um indicador dessa perspectiva está justamente no mercado corporativo brasileiro. No quarto trimestre de 2021, a contratação de áreas de escritórios superou as devoluções de espaço em São Paulo, com a absorção líquida para os padrões A e AA positiva em 20.085 m². No período equivalente de 2020, as devoluções tinham ultrapassado as contratações em 25.400 m².
2. Como os locais de trabalho podem se adaptar às necessidades dos funcionários?
A mudança nas necessidades dos funcionários, juntamente com a batalha para atrair e reter talentos, serão primordiais em 2022, ainda mais em um ambiente de trabalho cada vez mais híbrido.
O design do escritório tem um papel cada vez mais importante, dando apoio a uma maior colaboração onde quer que os funcionários estejam trabalhando e incentivando as equipes a prosperarem.
O desafio para as empresas, diz Marie Puybaraud, head Global de Pesquisa da JLL, será fazer com que a tecnologia e os serviços "avancem cada vez mais" para apoiar os acordos de trabalho híbrido e fornecer aos funcionários um excelente suporte em termos de saúde e bem-estar.
"Será necessário um investimento maior – isso já está acontecendo, mas precisamos de mais, especialmente porque muitas organizações passaram muito tempo simplesmente no modo de sobrevivência e agora têm que entrar em um modelo híbrido", diz Puybaraud. "A próxima onda de melhorias não virá rápida o suficiente."
3. Como transformar os compromissos de sustentabilidade em ações?
Atualmente, muitas empresas têm metas líquidas de carbono zero em andamento. O grande desafio, agora, é criar e implementar planos de ação – e divulgar o progresso. Isso vale tanto para enfrentar as mudanças climáticas quanto para ter um impacto social positivo.
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Mais inovação e novas tecnologias são os principais agentes de uma mudança positiva. Novas ferramentas de análise que medem com precisão o desempenho da sustentabilidade em portfólios, como Azara e Canopy, estão desempenhando um papel fundamental para ajudar as empresas a passar da fase de planejamento. Entretanto, é necessário muito mais e não há tempo a perder.
"A década de ação começou", diz Lori Mabardi, diretora de Pesquisa de ESG da JLL. "A adaptação dos atuais edifícios, sempre que possível, será essencial para atender à demanda do mercado por espaço líquido-zero de carbono e para ajudar na transição para um mundo com baixo carbono."
Fábio Maceira, por sua vez, em entrevista ao Valor Econômico, afirmou que haverá continuidade de modificação dos espaços conforme as necessidades do trabalho híbrido e aposta em requalificação de edifícios. “Há demanda por fontes de energia renovável e por redução do impacto de carbono, por exemplo”, comentou o CEO da JLL no Brasil.
4. O big data pode mudar o mercado de real estate?
Uma ênfase crescente nos dados está sendo aplicada para reformular os negócios na indústria imobiliária. Identificar retornos incomuns ao analisar investimentos, otimizar operações para melhorar a sustentabilidade dos edifícios e criar locais de trabalho que se integram sem dificuldades ao dia a dia de trabalho das pessoas são benefícios de uma abordagem centrada em dados.
No entanto, empresas e investidores estão enfrentando uma série de desafios nesse ponto, desde sistemas desatualizados a padrões inconsistentes.
Parte da solução é focar em "small data", diz Michael Ewert, head Global de BI & Data Solutions da JLL Technologies. Isso significa uma abordagem mais focada e simplificada, que se adequa ao tipo de dado atualmente disponível para a maioria dos profissionais de real estate.
"Para pensar grande, você precisa organizar e gerenciar seus pequenos dados para coletar insights", diz Ewert. "Isso é mais acessível, e também é onde os casos de uso mais realistas começam a gerar valor."
5. O que esperar para a retomada do mercado corporativo em São Paulo
Apesar das especificidades que caracterizam o mercado imobiliário na capital paulista, a melhoria das condições macroeconômicas reforçou a convicção dos investidores em imóveis comerciais em todo o mundo. E os reflexos locais já estão sendo vistos.
Fábio Maceira, CEO Brasil da JLL, ressalta que, em algumas das principais regiões da capital paulista, como Faria Lima e Juscelino Kubitschek, “há espaço para alguma melhora de preços de locação”. “Logo, a Faria Lima deve estar, praticamente, 100% ocupada, o que transborda [a demanda] para outras regiões”, analisou o executivo em entrevista ao Valor Econômico.
Ao mesmo tempo em que é visto um cenário de retomada, continua ocorrendo a migração de algumas empresas, que estão deixando prédios menos qualificados para empreendimentos mais modernos, no movimento conhecido como “flight to quality”.
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