Pontos de vista

Empreendimentos corporativos devem estar preparados para atender novas demandas impostas pelo trabalho híbrido

Facilidades que estimulem interação e bem-estar são fundamentais no processo de reocupação dos escritórios. 

A cada dia que passa, diminuem as incertezas em relação ao que será, ao menos por agora, a dinâmica de trabalho. Não restam mais dúvidas, por exemplo, de que o presente já é híbrido, o que coloca novamente em destaque a importância dos escritórios. Mas, com tantas tendências aceleradas, como fazer com que o espaço corporativo seja o local em que as pessoas desejam estar, e não em que precisem estar?

Não há uma única resposta certa para essa pergunta, mas é nítido que um aspecto pode ser diferencial: facilidades. Antes mesmo de falarmos em pandemia, víamos o desejo dos usuários de resolver suas pendências em um único local. Hoje, com a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar, o deslocamento e o tempo gasto para estar presencialmente em um escritório devem ser recompensados. É aí que está a importância do empreendimento.

Durante a 8ª edição do GRI Escritórios, realizada na última quinta-feira (24) com a presença das nossas equipes, os excepcionais debates entre os principais players do mercado analisaram o que há de oportunidades e desafios para os escritórios nessa equação. Não apenas o espaço corporativo em si, mas a forma como está estruturado para receber os colaboradores e a experiência que oferece são, sim, diferenciais competitivos fundamentais para atrair e reter talentos, bem como disseminar a cultura da empresa, o que é muito importante.

A tendência é que, de forma geral, as empresas adotem o modelo híbrido, pois “forçar” o retorno aos escritórios pode ocasionar a perda de talentos. Por isso, é fundamental que os espaços e os empreendimentos ofereçam uma experiência significativamente positiva para que os colaboradores queiram estar ali.

Agora, olhemos para o edifício. Afinal, a experiência começa muito antes do espaço dedicado a cada empresa. O primeiro contato ocorre na área comum, já no entorno do empreendimento. É nesse local que a pessoa espera “resolver o seu dia”, e cabe a nós entendermos as necessidades para fazer com que o prédio ofereça comodidade, bem-estar e facilidades. 

O papel dos empreendimentos para atrair frequentadores

Com a experiência do cliente desempenhando uma função cada vez mais fundamental, cabe aos gerenciadores de edifícios comerciais compreenderem sua função nesse contexto. Hoje, proporcionar boa segurança, limpeza e excelência operacional não é suficiente. A oferta de facilidades e a oportunidade de possibilitar ao usuário “resolver o seu dia” dentro do edifício valorizam a experiência e estimulam as pessoas a trabalhar presencialmente. Além disso, vimos que muitas empresas ajustaram o seu layout interno, criando mais espaços para, por exemplo, fomentar a interação dos colaboradores e promover locais de descompressão. Tudo isso vai em direção a oferecer uma experiência positiva aos funcionários.

Na JLL, temos projetos e grupos dedicados a entender as necessidades dos usuários, incentivar e auxiliar nossas equipes a implantar serviços que ofereçam comodidades aos frequentadores dos edifícios que administramos.

Facilidades, no entanto, não se restringem, por exemplo, serviços de lavagem de carros, feiras e lojas. Hoje, uma das grandes oportunidades é a integração dessas facilidades ao universo digital. Muitos dos novos empreendimentos já são concebidos valorizando os aspectos tecnológicos, chamados de smart buildings.

O que esperar do mercado imobiliário em 2022

Conversando com colegas e especialistas no segmento, é consenso de que a perspectiva para 2022 no que diz respeito ao mercado imobiliário corporativo é positiva, apesar de algumas incertezas quanto ao aspecto econômico.

Em São Paulo, por exemplo, a absorção líquida foi positiva pela primeira vez no fim de 2021 após seis trimestres em baixa, o que pode indicar uma retomada do mercado e um crescimento na reocupação dos espaços corporativos. A vacância, que naturalmente cresceu durante a pandemia, deve reduzir nas principais regiões e pode impactar, inclusive, os preços de locação, que ainda não foram reajustados com base na inflação dos últimos anos.

Para o mercado do Rio de Janeiro, as perspectivas também são otimistas. Além do aumento de novos negócios desde o quarto trimestre de 2021, vemos um alto índice de ocupação e baixa disponibilidade de empreendimentos triplo A. Com a retomada, a tendência é de quedas na vacância ao longo dos próximos anos.

As boas impressões deixadas pelos principais ativos do mercado imobiliário nacional trazem uma expectativa de que 2022 será um ano de recuperação. Em nosso caso, porém, não depende apenas de como a economia reagirá em termos de novos investimentos, mas também de como todos que atuamos no segmento estaremos preparados para atender as novas demandas que surgem em termos de modelo de trabalho. É nossa missão inovar e sermos disruptivos para, juntos, construirmos um futuro melhor para todos que nos cercam. 

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Murillo Azevedo

Gerente de Planejamento, Gerenciamento de Propriedades