Reportagem

Retrofit atualiza prédios, galpões e lojas para demandas do pós-pandemia

Modernização de sistemas e tecnologia em escritórios, indústria e varejo buscam atender a novas necessidades de proprietários e locatários.

01 de Agosto de 2022
Autores:
  • Bruna Martins Fontes

Pensando no pós-pandemia, dois quesitos importantes têm influenciado empresas a reformar imóveis já existentes para abrigar seus escritórios, fábricas, galpões ou lojas. Um deles é a otimização de custos, especialmente os operacionais, e outro é a atualização em relação aos avanços tecnológicos e às novas demandas de sustentabilidade, segurança e bem-estar.

Na retomada, os edifícios corporativos que atenderem a esses requisitos se tornarão mais atraentes para os novos locatários, especialmente nos mercados mais concorridos. Já os galpões e as indústrias bem localizados e atualizados estarão mais perto do público consumidor — e mais longe do desperdício de energia e de outros recursos. No varejo, mais automação e mais verde podem cativar de vez quem voltou a frequentar os pontos físicos.

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Retrofit: como preparar o seu prédio para o futuro

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Para cumprir todos esses requisitos, empresas e investidores têm recorrido ao retrofit, reformas feitas para atualizar os sistemas prediais, modernizar um imóvel ou até mesmo mudar seu uso. Essa estratégia traz diferentes benefícios para escritórios, indústria e varejo. Confira, a seguir, quais são!

Escritórios

Depois de passar por um período de muita vacância e absorção negativa na pandemia, os edifícios corporativos tendem a ser renovados para atrair mais usuários e locatários na retomada do mercado. “A necessidade de otimizar recursos faz com que locatários busquem edifícios mais modernos, como Triple A, que atendam às expectativas de eficiência”, explica Helena Diodatti, gerente sênior de Projetos e Obras da JLL. 

“Além disso, a indústria do mercado imobiliário tem sido pressionada a entregar empreendimentos carbono neutro, uma vez que 60% das emissões são provenientes dos edifícios. O retrofit traz uma grande oportunidade de adequá-los para ter uma vantagem competitiva com o menor impacto ao meio ambiente”, completa.

O retrofit, além de ser uma opção sustentável, possibilita às empresas alternativas de localização dentro da cidade e a conversão do uso dos edifícios — há, inclusive, leis de incentivo para essa modalidade. “Além da modernização dos empreendimentos para deixá-los mais atrativos, o retrofit também pode ser aplicado para um escopo de mudança de uso dos prédios comerciais para um uso misto, por exemplo”, comenta Helena. 

No caso dos escritórios, os espaços estão sendo transformados, com muita tecnologia embarcada, para se adaptar a necessidades pós-pandemia. Além das reformas estruturais, o retrofit melhora os ambientes e a experiência do usuário na volta à empresa, além de otimizar a gestão dos serviços do prédio. Nessa atualização, é possível implantar sistemas de controle e monitoramento (BMS) e de gestão do uso do espaço por meio de aplicativos.

“Já vemos essas tecnologias sendo utilizadas para extração de dados operacionais. Isso ajuda os responsáveis pela operação do edifício a controlar e a regular sistemas como ar-condicionado de acordo com a real ocupação do espaço. O gerenciamento de dados é crucial para o controle de custos com facilities e manutenção”, analisa a gerente sênior de Projetos e Obras da JLL.

No retrofit, os prédios podem ser renovados completamente ou parcialmente, mas sempre com atualização de sistemas prediais como ar-condicionado, instalações elétricas e cabeamentos, proteção contra incêndio, sistema de segurança, entre outros. Em ambos os casos, quando o prédio está ocupado, é possível separar a operação das empresas do dia a dia das obras. 

Fábricas e galpões logísticos

No setor industrial, o retrofit tem duas grandes vantagens: permite às empresas ocupar mais rapidamente imóveis desativados que estão em boa localização — mais perto das grandes cidades — e cumprir metas de sustentabilidade, como a redução das emissões de gás carbônico ou do consumo de energia.

Por isso, a opção de atualizar uma fábrica ou um galpão começa a atrair interesse nas regiões que têm menos terrenos disponíveis. Uma vantagem é a agilidade que reformar uma construção existente traz para o processo de licenciamento ambiental. 

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Retrofit traz sustentabilidade e eficiência para fábricas e galpões

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“Superando algumas etapas, consegue-se dar mais velocidade para os projetos e adaptar o espaço ao uso futuro. Por isso, já notamos mais projetos na área fabril e na de logística”, comenta Cesar Mello, diretor de Projetos e Obras para o segmento industrial da JLL.

As reformas mais comuns, nesse caso, são o reforço de piso (especialmente em galpões logísticos) e reformas na cobertura e nos fechamentos laterais. Com ajuda da automação, essas mudanças ajudam as empresas a economizar energia na operação. Um exemplo é a combinação de uma porcentagem das telhas por modelos translúcidos e a adoção de luminárias específicas para ampliar a iluminação natural.

“Nos dias mais claros, o sistema de automação de iluminação percebe onde é possível desligar parte da iluminação e trazer eficiência energética”, afirma Cesar. Outra reforma bastante realizada é a que aumenta a troca de ar no telhado para manter uma temperatura mais amena com a ventilação natural.

Somando essas ações à adoção de LEDs e de painéis fotovoltaicos para produzir energia solar, tem-se uma redução  considerável dos gastos com eletricidade, especialmente nos horários de pico de consumo. “Algumas empresas economizam de 20% a 30% de energia”, completa o executivo.

Varejo

De volta às lojas físicas depois de um bom período comprando só pela internet, os consumidores estão em busca de conforto e de novidades. “A experiência do cliente é o que tem puxado a maioria dos investimentos em retrofit para transformar o espaço físico no varejo”, observa Valesca Guimarães, diretora de Projetos e Obras para o segmento de Varejo da JLL.

Além de atualizar a fachada do ponto em relação às mudanças urbanísticas, o varejo tem buscado reformular também o interior. Afinal, a primeira impressão é a que fica. “Cada vez mais o espaço físico assume a função de ser a referência do que a marca quer transmitir. A atualização expressa, no visual e no atendimento, a mensagem que a empresa quer passar”, afirma.

As reformas também buscam atender às novas necessidades do público na retomada. Nos supermercados, por exemplo, Valesca aponta uma tendência de aumento do consumo de produtos frescos, uma preocupação que surgiu da reflexão sobre qualidade de vida na pandemia. “As lojas mudam o fluxo de consumo para expor os produtos mais frescos, como frutaria ou padaria, na entrada”, exemplifica.

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Retrofit no varejo: mais eficiência e melhor experiência

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Com o retrofit, também é possível suprir a nova demanda por espaços mais verdes e mais integrados com a natureza. “Os clientes se sentem mais confortáveis em ambientes com pontos de paisagismo, como uma parede interna com elementos mais orgânicos”, diz Valesca.

As alterações estruturais também fazem parte do pacote. “O varejo tem uma estrutura menos complexa do que a indústria, mas tem agregado muita tecnologia e atualização de sistemas, como o de ar-condicionado ou o elétrico, para ter mais eficiência energética. Uma demanda frequente tem sido a instalação de placas solares.”

Outro fator que tem aumentado o interesse pelo retrofit é a atualização tecnológica para viabilizar o autoatendimento e a captação de dados de quem visita o ponto físico. Segundo Valesca, alguns varejistas “físicos” se sentem em desvantagem em relação ao comércio eletrônico, que dá acesso a muitas informações de compra e de preferência dos usuários para compor uma base de dados sobre o perfil dos clientes. “O atendimento automatizado no ponto físico permite captar dados do cliente na loja, no totem de autoatendimento, que guia a escolha do produto.”

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